SECÇÃO: Chaves

Alguns pais desistiram de esperar e foram a Verín
Falta de pediatra na urgência gerou descontentamento

A urgência pediátrica do Hospital de Chaves esteve, na manhã da sexta-feira semana passada, sem pediatra durante algumas horas. Alguns pais desistiram de esperar, dirigindo-se à urgência da cidade vizinha mais próxima. Outros optaram por barafustar.
Ao que foi possível apurar junto de vários utentes, o atendimento foi assegurado por um clínico geral interno. No entanto, o médico terá revelado alguma dificuldade em resolver algumas situações e noutros casos terão sido os próprios pais a recusar que os seus filhos fossem vistos por um médico não especialista. Foi o caso de Ana Rodrigues, que chegou à urgência cerca das 09h00 e só de lá saiu quase às 14h00. “Então venho corrida do centro de saúde pela minha médica de família que, cautelosa, não quis assumir a responsabilidade de receitar um expectorante à minha filha (de cinco meses) e agora ia ser atendida por um clínico-geral? Isso não! Recusei e disse que não saía de lá sem vir o pediatra”, contou Ana Rodrigues. No entanto, nem todos os pais tiveram a mesma paciência. “Uma senhora que estava com uma criança com 40 graus de febre, que já tinha feito penicilina há dois dias, foi embora para urgência de Verín (Espanha). E não foi a única. Houve várias pessoas a ir embora”, recorda.
De acordo com outro utente, eram as enfermeiras que estavam a “fazer vezes de médicas”. “Coitadas, andavam a dar supositórios às crianças a ver se a febre baixava, enquanto esperavam!”, revelou. Depois de quatro horas de espera, um pai de Vila Verde da Raia lamentava “não adivinhar” que isto lhe ia acontecer. “Estava tão perto de Verín! Se adivinho não vinha para aqui, não!”.
Até à hora de fecho desta edição, não foi possível obter uma reacção da administração do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.