SECÇÃO: Chaves
Teatro Experimental Flaviense invoca prejuízos por falta de clientes
Chaves fica sem a única sala de cinema
A única sala de cinema na cidade de Chaves encerrou as portas.
A direcção do Teatro Experimental Flaviense (TEF), responsável pela exibição dos filmes, justificou a decisão com o “reduzíssimo” número de clientes.
“O valor obtido na bilheteira, a grande maioria das vezes, não chegava para pagar nem metade do seu custo às empresas distribuidoras de filmes”, garante Rufino Martins, do TEF.
Este fim-de-semana, já não haverá sessões de cinema no auditório do Teatro Experimental Flaviense, no rés-do-chão do edifício Nova York, no Monumento. A direcção da companhia suspendeu o serviço, alegando falta de assistência. “O reduzidíssimo número de pessoas que vinham ver cinema, tornou insustentável continuar com este serviço cultural que prestávamos aos habitantes do concelho de Chaves e concelhos vizinhos. O valor obtido na bilheteira a grande maioria das vezes não chegava para pagar nem metade do seu custo às empresas distribuidoras de filmes”, justificou, em comunicado enviado à imprensa, o presidente da direcção, Rufino Martins.
Em declarações ao Semanário TRANSMONTANO, o responsável pela companhia revelou que “há duas semanas, no domingo, só havia 12 pessoas na sala”. “E às vezes, chegámos a fazer sessões com seis. Não dava! Ainda tentámos mudar o tipo de filmes, mas não conseguimos aguentar”, explicou Rufino
Para o dirigente, a agonia do cinema flaviense já não é de agora e deve-se a uma conjugação de factores. “Começou há cerca de quatro anos, com o aparecimento dos DVD’s, depois foi o Meo [que disponibiliza um serviço videoclube a partir de casa] e, além disso, agora, os jovens conhecem os filmes antes mesmo de chegarem a Portugal [via Internet]”, revela o dirigente do TEF, admitindo que a própria crise possa estar na origem da “morte” da sala flaviense.
O aparecimento de salas de cinema com melhores condições no centro comercial em Vila Real também terá dado uma ajuda. “As pessoas vão às compras e aproveitam para ir aos cinema”, admite Rufino.
Antes de tomar a decisão de encerrar a sala, a direcção do TEF “sondou” alguns organismos, no sentido encontrar apoios para “subsidiar” o serviço. “Ninguém se mostrou disposto a ajudar”, afiançou o director do TEF, sem referir as instituições a que recorreu. “A cultura não é lucrativa, a não ser grandes projectos, que, mesmo assim, têm os seus mecenas, mas, às vezes, ninguém entende isto”, conclui Rufino Martins.
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