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Edição de 13-05-2011

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SECÇÃO: Valpaços

Misericórdia comprou quota da Lusipaços mas ainda não a registou

A Santa Casa da Misericórdia comprou a quota (33,3 por cento) de um sócio da Lusipaços, empresa detida pelo grupo espanhol Cosaga, que gere o Hospital de Valpaços. No entanto, apesar do negócio se ter concretizado em Fevereiro, ao início desta semana, a Misericórdia ainda não tinha registado em seu nome a participação adquirida por 5.500 euros.
fotofotoA Santa Casa da Misericórdia de Valpaços deixou de ser apenas a proprietária das instalações do Hospital de Valpaços, pelas quais recebia uma renda de 6 mil euros mensais, e a entidade que mantém o protocolo com Ministério da Saúde que permite que a unidade de saúde em causa preste assistência aos doentes do Sistema Na-cional de Saúde. De acordo com documentos a que o Semanário TRANSMONTANO teve acesso, no passado mês de Fevereiro, a Misericórdia comprou um terço da sociedade que gere o hospital, a Lusipaços, detida pelo grupo espanhol Cosaga, e com quem a Santa Casa mantém há vários anos um relacionamento conflituoso. Ao que o ST conseguiu apurar, terá sido, aliás, a entrada da Misericórdia na Lusipaços que precipitou a saída Luís Fraga, o administrador da empresa desde a criação, em 1999, do hospital.
A cedência da quota foi feita através do próprio vice-provedor da Misericórdia, o advogado António Telmo Moreira, a quem um dos três sócios da Lusipaços, Dário Martinez (cliente de António Telmo) passou uma procuração irrevogável para gerir a quota e que apontava já para a possibilidade da sua venda à Misericórdia. No entanto, de acordo com o recibo de quitação da transmissão da quota, o negócio com a Santa Casa efectivou-se mesmo, tendo a instituição pago ao sócio da Lusipaços Dario Martinez 5 mil e 500 euros. Aliás, o Semanário TRANSMONTANO sabe que o provedor da Misericórdia, Eugénio Morais, chegou a assumir durante algum tempo comando do hospital, já na condição de sócio. No entanto, dias depois, acabou por abandonar a pasta em rota de colisão com o sócio da Lusipaços, que há algum tempo a esta parte estará a gerir a unidade, José Inácio.
A deriva administrativa chegou inclusivamente a fazer-se sentir junto dos funcionários. O director clínico, Afonso Videira, admitiu mesmo que a situação trazia os médicos “apreensivos”.
Curiosamente, a Santa Casa ainda não registou em seu nome a quota. Até à passada terça-feira, a quota continuava em no-me de Dario Martinez. E ao que foi possível apurar, quem estará a “administrar” a quota paga pela Misericórdia será o advogado António Telmo Moreira.
Confrontado pelo Semanário TRANSMONTANO, o vice-provedor da Misericórdia escusou-se, no entanto, a falar do assunto. “Nem confirmo, nem desminto nada”, disse apenas António Telmo Moreira, acrescentando que está com as funções de vice-provedor suspensas, embora sem explicar a razão. Apesar de várias tentativas, o ST também não consegui chegar à fala com o sócio gerente da Lusipaços, José Inácio, que actualmente está a administrar a unidade.





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