SECÇÃO: Chaves
Guerra por causa de canteiro de flores em Cimo de Vila da Castanheira terminou com tiros
Atingido com tiro na perna por defender vizinha
Na passada segunda-feira, um homem de 49 anos foi atingido com um tiro disparado por um vizinho de 79 anos. A discussão começou porque a vítima intercedeu a favor de uma mulher com quem o agressor mantém uma guerra antiga por causa de um canteiro de flores.
O incidente terá ocorrido pouco antes das 20 horas e pouco antes de a vítima, atingida numa perna, ter repreendido o idoso por este, alegadamente, estar a cortar flores num canteiro que existe junto a um tanque público de água, ironicamente situado no final da rua da Paz. Ao que foi possível apurar, o septuagenário estará convencido que as flores favorecem a infiltração de água que escorre do tanque para as lojas que possui um pouco mais abaixo. E, por isso, há muito que mantém uma acesa guerra com a vizinha que cuida das flores. “Cisma que a culpa de a água lhe entrar nas lojas é minha e das flores e anda sempre a discutir comigo e a ameaçar que me mata, que faz, que acontece”, contou a “responsável” pelo canteiro, Maria Leonor, de 65 anos. Anteontem, o idoso terá novamente vingado a sua ira nas flores, cortando algumas. Manuel Morais, que mora mesmo em frente ao septuagenário, não terá gostado do que viu e repreendeu-o. “O meu marido só lhe disse que não tinha nada que estar a cortar as flores, que não tinham culpa de nada”, recordou a mulher da vítima, Isabel dos Anjos. Entretanto, e “para evitar chatices”, Isabel terá “puxado” o marido para casa. No entanto, pouco tempo depois, Manuel Morais saiu novamente à rua e voltou a encontrar-se com o idoso. “O meu marido ia rua abaixo e ele da porta dele começou-o a desafiar. O meu marido, claro, virou para trás”, revelou Isabel. Ao que tudo indica, o septuagenário já teria a pistola na mão. “A sorte do meu marido foi que consegui puxar-lhe o braço para baixo, se não acertava-lhe na cabeça”, recorda a mulher da vítima. Segundo fonte da PJ, terão sido disparados três tiros, no entanto, apenas um “terá causado danos” na perna de Manuel Morais.
O idoso não foi detido. Foi constituído arguido após interrogatório da PJ. Ministério Público e PJ terão entendido que não havia perigo de fuga. Além disso, para a decisão de não detenção terá concorrido a saúde do idoso, que terá problemas graves de bronquite.
No dia seguinte ao incidente, a Junta de Freguesia canalizou água que escorre do tanque, para, desta forma, tentar evitar, ou pelo menos minorar, as infiltrações de que o septuagenário se queixa.
(*) com Paulo Silva Reis
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