SECÇÃO: Chaves
Na Avenida General Ribeiro Carvalho
Duo “caçou” jovens que preparariam assalto a casal de idosos
Respondendo ao apelo de uma mulher que gritava por ajuda porque estaria a ser roubada, dois homens que se encontravam na rua conseguiram surpreender os alegados ladrões. Eram dois jovens e estavam escondidos num anexo nas traseiras da casa. A PSP foi chamada ao local, identificou os jovens e comunicou o caso ao Ministério Público.
Faltavam pouco mais de 15 minutos para as 19h00 da passada segunda-feira. António Augusto Carvalho, conhecido na cidade por Pipa, seguia em direcção à Casa do Benfica, na Avenida General Ribeiro de Carvalho. Ia ver o jogo da selecção da Itália. De repente, foi surpreendido por um grito aflitivo, vindo de uma janela de um rés-do-chão. “A senhora tinha as mãos na cabeça e só gritava: ‘ajudem-me que me andam aqui dentro a roubar’”, recorda António Augusto, que imediatamente foi ao encontro da mulher. “Espreitei e não vi ninguém, mas a senhora continuava a dizer que estavam lá dentro e que tinha ouvido um barulho na cozinha que fez num anexo nas traseiras da casa”, conta Pipa, que, a seguir, se dirigiu para o local. “Botei mãos à porta, eu empurrava para lá e eles faziam força para cá”, recorda António Augusto, que, entretanto, foi ajudado pelo pro-prietário da recauchutagem contígua à casa, Pedro Silva. Quando consegui abrir a porta e vi os dois rapazes, perguntei-lhe: ‘que estais aqui a fazer?’. Disseram que tinham entrado para comer porque tinham fome”, conta.
Chamada a polícia, os dois jovens, de 17 e 18 anos, foram levados para a esquadra, onde foram identificados e libertados. O processo foi remetido ao Ministério Público.
Ao que Semanário TRANSMONTANO conseguiu apurar, os jovens em causa residem num bairro social da cidade e não estarão referenciados na polícia pela prática de crimes. No entanto, quer António Augusto, quer Pedro Silva não têm dúvidas que os dois jovens se preparariam para assaltar o casal de idosos. “Eles estiveram ali sentados para aí uns 45 minutos e de certeza que estavam à espera que os comerciantes da rua fechassem as lojas para ac-tuar”, revelam os dois homens. A dona da casa, Maria dos Anjos, de 76 anos, está convencida do mesmo. “Eles até já tinham rasgado e feito dois panos do lençol que usava para passar a ferro. De certeza que era para nos pôr na boca”, diz Maria dos Anjos, que mora com o marido, um idoso de 89 anos que se movimenta com muita dificuldade. No resto do prédio, os moradores são igualmente idosos.
Agora, nas imediações, fala-se, sobretudo, na coragem dos dois homens. António Augusto não enjeita os louvores. “Claro que fomos heróis! Nós não sabíamos o que íamos encontrar, vamos que estivessem armados? Ficávamos ali e pronto!”, conclui, Pipa, orgulhoso do feito.
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