SECÇÃO: Desporto
Chaves, 0 – Oliveirense, 0
Liga Vitalis: Condições climatéricas adversas condicionaram a partida
Os donos da casa, apesar da boa campanha na Taça de Portugal, há seis jornadas que não sabem o que é saborear a vitória; o Oliveirense, que vinha de seis vitórias consecutivas, jogava a hipótese, embora virtual, de chegar à liderança do campeonato. Estavam, por isso, reunidas as condições para que se assistisse a um bom jogo de futebol, mas a chuva e o forte vento que se fazia sentir prejudicaram o espectáculo e até o simples manter da bola parada para marcar livres ou bater um pontapé de baliza era muito difícil. O Juiz Vasco Santos entendeu, no entanto, que estavam reunidas as condições para que o encontro se disputasse.
Os da casa entraram melhor e foram os primeiros a criar perigo, quando aos cinco minutos Castanheira se conseguiu soltar da marcação e, dentro da área, atira rente ao poste esquerdo de Jorge Silva, o veterano guarda-redes (38 anos), que voltou às redes da oliveirense.
A jogar a favor do vento, nos minutos iniciais, a Oliveirense tentou chegar à baliza de Rego através de futebol directo, mas o sector mais recuado dos da casa ia dando conta do recado.
Jogando com as linhas mais próximas umas das outras, os flavienses, que iam tentando manter a bola rente à relva, foram criando algum perigo e o Oliveirense, só à passagem do minuto vinte e sete, e de bola parada, é que obrigou o guardião flaviense a uma defesa apertada.
Se na primeira parte o vento foi o protagonista, na segunda dividiu o protagonismo com a chuva, mas Clemente, que tinha sido lançado no jogo ao intervalo, pôs Jorge Silva à prova, com um remate de meia distância. Siaka Bamba, aos cinquenta e seis minutos, fez o mesmo, mas também aqui o guardião da Oliveirense respondeu com uma defesa à altura do remate do costa-marfinense.
Os forasteiros começaram a ganhar vantagem no meio campo, mas foi o Chaves quem dispôs das melhores oportunidades. O final do jogo aproximava-se e, em desespero de causa, os flavienses tentaram o futebol directo, mas também não surtiu efeito, e Clemente acabou por ser o mais perdulário do jogo.
A Oliveirense interrompeu o seu ciclo de jogos a vencer, e o Chaves, que se aproxima dos lugares de despromoção, somou o segundo empate consecutivo. O empate, até pelo equilíbrio que o jogo teve, é justo, mas pelo número de oportunidades este era um jogo que merecia golos.
Edgar Pedreiro
Notação
Lameirão – 4
Foi o verdadeiro patrão da defesa. A defender esteve irrepreensível e não deu margem de manobra aos avançados da Oliveirense. Não foi um jogador de grandes floreados, o estado do terreno também não permitia, mas foi eficaz e dominou sempre na sua zona de acção.
Rego – 3
Esteve, tal como tem sido hábito, em bom plano e sempre que foi posto à prova deu uma resposta positiva.
Nelson – 3
Foi o substituto natural de Danilo e deu boa resposta. O estado do tempo não permitia grandes aventuras pelo seu flanco, mas a defender nunca comprometeu.
Heslley - 3
Foi esforçado, mas de início custou-lhe acertar com a marcação. Com o passar do tempo, assumiu, também ele, o jogo e cumpriu na perfeição.
Eduardo – 3
Não tinha tarefa fácil e o terreno também não ajudava, mas no seu flanco acabou por dar conta do recado.
Siaka Bamba – 3
Foi dos que sempre tentou manter a bola rente à relva, lançando boas jogadas de ataque, mas o seu forte foi mesmo o desarme.
Bruno Magalhães – 3
Teve muito trabalho na tarefa de destruir, mas voltou a provar que não é jogador de virar a cara à luta e foi dos que mais trabalho fez em prol da equipa.
Carlos Pinto – 3
Teve uma tarde algo apagada, mas foi esforçado e tentou a todo o custo mostrar a sua criatividade. O mau tempo prejudicou o seu futebol.
Castanheira - 4
Teve nos pés a melhor oportunidade de todo o jogo e falhou, mas foi o verdadeiro motor da equipa. Carregou-a para o ataque e dos seus pés nasceram as melhores jogadas.
Diop - 3
Jogou apenas 45 minutos e saiu lesionado, mas enquanto esteve em campo foi uma dor de cabeça para a defesa, principalmente no jogo aéreo.
Vítor Silva - 3
Tentou dar velocidade pelo flanco direito e de início causou grandes dificuldades na defesa. Foi esforçado, mas a saída de Diop condicionou o seu jogo.
Samson - 2
Entrou aos 66 minutos, mas não acrescentou nada ao jogo. O ritmo era elevado e ele não acompanhou.
Clemente – 2
Jogou toda a segunda parte e foi dos que mais oportunidades desperdiçou. Estava nervoso e isso não o deixou ter a lucidez necessária em alguns lances do jogo.
Nuno Pinto (-)
É certo que não perdeu, mas a sua equipa contínua sem ganhar e cai para os lugares aflitivos da tabela. Neste jogo, não utilizou todos os seus trunfos e, numa altura em que praticava futebol directo, deixou o mais alto dos avançados de fora (Karim).
Paulo Silva Reis
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