SECÇÃO: Macedo de Cavaleiros
Manuel Mico fala em “retaliação” política
Câmara retira apoio à Feira do Folar de Vilarinho de Agrochão
O presidente da Junta de Vilarinho de Agrochão, eleito pelo PS, não se conforma com a decisão de a Câmara Municipal ter retirado o apoio à organização da Feira do Folar na sua freguesia, onde o certame se realizou nos últimos oito anos. E fala mesmo em discriminação política. A Câmara alega, no entanto, que está apenas a retomar ideia “original” do evento, ou seja, torná-lo rotativo.
A Feira do Folar de Vilarinho de Agrochão, um certame que se realizou nesta localidade nos últimos oito anos, não consta da Agenda Cultural da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros. A autarquia pretende que este ano a feira tenha lugar na aldeia de Murçós (PSD), alegando que se retoma, assim, a ideia “original” de que o evento fosse rotativo, com vista à dinamização de várias aldeias. O presidente da Junta da Freguesia de Vilarinho de Agrochão, eleito pelo PS, não se conforma e afirma que a medida tem motivações políticas. Manuel Mico diz que quando se apresentou como candidato a presidente da Junta de Freguesia de Vilarinho de Agrochão pelo Partido Socialista (PS) já corria entre a população que o candidato do Partido Social Democrata (PSD), Pintado Vaz, teria afirmado que, se perdesse as eleições, a Câmara Municipal retiraria o apoio da organização da Feira do Folar na freguesia. Na altura, o então candidato socialista respondia que não levava tais “afirmações a sério”, pois entendia que as mesmas seriam apenas “arrufos próprios de campanha eleitoral”. Agora diz que, afinal, “estava rotundamente enganado”. Isto porque, acrescenta o autarca, “logo após o conhecimento dos resultados eleitorais, o candidato derrotado disse que não haveria feira”. No entanto, nessa mesma altura, Manuel Mico garantiu que, com ou sem apoio da Câmara Municipal, o certame se realizaria. Pintado Vaz, o candidato social-democrata derrotado, e ex-presidente da Junta, nega ter afirmado que a Feira acabaria se não ganhasse as eleições. “Quem falou primeiro sobre a questão de o certame não se realizar foi o actual presidente da Junta”, afirma. Pintado Vaz lembrou também que “ a ideia original era, de facto, a de a feira se realizar rotativamente nas freguesias vizinhas”. Porém, questionado sobre a manutenção da iniciativa durante oito anos em Vilarinho, Pintado Vaz alega que a mesma “foi ficando a muito custo”. Apesar de estar em desacordo com a decisão, Manuel Mico ainda sugeriu que a rotatividade só passasse a processar-se a partir do próximo ano. Só que o apelo não teve eco na vereação. Confrontada com a posição do presidente da Junta de Vilarinho de Agrochão, a vereadora da Cultura reiterou o argumento de que “muito tempo antes das eleições já era intenção da Câmara promover a rotatividade da Feira do Folar”. Alega, por outro lado, que concorda com o ponto de vista de que este ano o certame poderia ter lugar em Vilarinho de Agrochão, só que, quando conversou com o presidente da Junta sobre o assunto, “já havia contactos com Murçós”. Questionada sobre a possibilidade de a Câmara também poder vir a apoiar o certame organizado pela junta de freguesia de Vilarinho, a vereador respondeu que a autarquia não podia apoiar duas iniciativas do mesmo tipo.
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