SECÇÃO: Desporto
Presidente do Chaves diz que despesas com sector são incomportáveis
Futebol: Corte nos gastos com formação juvenil provoca demissões
Grande parte dos elementos que faziam parte do Departamento de Futebol Juvenil do Grupo Desportivo de Chaves (GDC) demitiu-se. Alguns alegaram questões pessoais e profissionais, no entanto, o Semanário TRANSMONTANO sabe que na origem da decisão estará o facto de discordarem com o corte nos gastos com este sector que a direcção do desportivo quer fazer. Mário Carneiro, alega, no entanto, que as despesas com esta área são incomportáveis e admite desafiar os pais dos jovens a ajudarem na despesa com a formação.
O departamento do GDC para o sector do Futebol Juvenil, que é responsável por todos os escalões de formação de futebol (escolas, infantis, iniciados, juvenis e juniores e ainda pelo andebol e girabolei), ficou sem a maioria dos elementos que o constituíam, incluindo o chefe, o vice-presidente da direcção do Desportivo. Gilberto Costa recusou falar em nome dos que o acompanharam na demissão, e, no seu caso, alegou “questões pessoais”. “Não saio zangado com ninguém e muito menos com o presidente do Clube com quem tenho uma relação de amizade”, disse, questionado pelo Semanário TRANSMONTANO com o motivo da saída.
Por sua vez, o presidente do GDC, Mário Carneiro, assumiu que a demissão de “50 a 60 por cento” do departamento teve a ver com a “redefinição da política de formação do clube”. “Houve uma redefinição da estratégia e alguns elementos decidiram não continuar”, admitiu Mário Carneiro, revelando que os elementos demissionários alegaram “motivos profissionais e pessoais”.
De acordo com o presidente da direcção do Chaves, as alterações feitas visam uma “racionalização de custos”. Vai, por exemplo, ser limitada a vinda de jovens de outros concelhos (Valpaços, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar), cujo transporte é assegurado pelo Clube. “Não podemos suportar esses gastos”, diz Mário Carneiro, que, na mesma lógica, pretende diminuir a equipa técnica responsável pela formação. “É uma estrutura muito pesada”, observa, revelando que irá convocar os pais de todos os jovens para lhes explicar a situação. Mário Carneiro admite, aliás, propor que os pais ajudem na despesa de formação dos filhos. “É uma hipótese. Tenho consultado vários clubes e acontece em todos: Há um contributo dos pais para a formação. Se forem para ATL´s ou para outros espaços de ocupação de tempos livres também pagam”, argumentou o presidente do Chaves, para concluir que os “subsídios da autarquia não podem valer a tudo”.
Margarida Luzio com Paulo Silva Reis
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