SECÇÃO: Macedo de Cavaleiros
A escritura de parte do terreno onde vai ser construída só vai ser efectuada no final de 2010
Central de Camionagem vai entrar em fase de concurso?
Apesar de ter vindo a ser anunciada pelos candidatos à Câmara nos últimos 16 anos como uma das “prioridades” para o concelho, de ter figurado no Plano de Actividades desde 1999 e de ter visto o projecto aprovado em Fevereiro do ano passado - passo que levou a actual gestão da autarquia a prever o lançamento da construção do equipamento até ao final de 2008 - só na reunião da segunda-feira passada foi aprovada a proposta de aquisição da parte do terreno que falta para ser a construção da Central de Camionagem de Macedo. Para o PS, trata-se de uma medida eleitoralista, até porque a escritura do terreno está aprazada para finais de 2010. A Câmara garante que a obra é mesmo para “avançar” e que já está a ser organizado o processo do concurso.
Na proposta de aquisição do terreno que falta para a instalação da Central de Camionagem, a autarquia reconhece “a falta de condições com que actualmente é feita a recolha e largada dos passageiros das carreiras regulares que têm Macedo de Cavaleiros como ponto de passagem ou destino”: “a venda de bilhetes é feita em estruturas precárias e grande parte dos operadores não dispõe de local adequado para armazenamento de mercadorias e para abrigar os passageiros”.
É um facto. Mas há ainda outras falhas que fazem com que as pessoas que por hábito ou necessidade utilizam os meios de transporte públicos se sujeitam a situações difíceis, ou seja , a condições piores das que dispunham no período anterior ao encerramento da linha férrea do Tua na década de oitenta. A paragem dos autocarros é constituída por dois quiosques separados por um pequeno abrigo, onde não cabem mais de quatro a cinco pessoas. Para além de não oferecer as mínimas condições de conforto aos passageiros, o local é pequeno e não dá grandes garantias de segurança. E, ainda para mais, os passageiros e quem os espera têm de suportar as austeras condições climatéricas da região, frio e chuva no Inverno e um sol tórrido no Verão. Além disso, os passageiros ainda terão de iniciar ou prosseguir viagem sem antes poderem servir-se de uma casa de banho. “Atendendo aos pressupostos que acompanham a proposta de compra do terreno, com escritura aprazada para Dezembro de 2010”, o vereador e candidato pelo Partido Socialista, Rui Vaz, desconfia que “ a pressa para tentar descalçar a bota, agora, tem muito a ver com o período eleitoral que se avizinha”. Para o autarca da oposição, “a proposta de aquisição não significa , no entanto, que a obra possa ser iniciada antes de Outubro”. Até porque a escritura do terreno só deverá ser feita em finais de 2010, altura que o terreno será totalmente pago. Ora, lembra Rui Vaz, a qualquer cidadão comum, o início da obra só seria autorizado depois de ter efectuado o registo de propriedade do terreno”. Por outro lado, o candidato socialista diz que, “pela prática a que este executivo nos habituou, no período eleitoral anterior, com a colocação de pequenos montões de paralelos e outros materiais nas aldeias, já repetida neste ano, para indiciar a execução de quaisquer obras prometidas, a estratégia da promessa de compra do terreno para a construção da Central de Camionagem é mais um daqueles exercícios de diversão”.
No entanto, para o vereador Carlos Barroso, a obra da Central de Camionagem é mesmo para avançar, razão pela qual já se encontra em fase de organização o processo de concurso da mesma. À pergunta se a construção poderia ser iniciada antes de ser efectuada a escritura do terreno que falta - situação que a autarquia não autoriza a qualquer particular - o vereador não respondeu.
Projecto alterado várias vezes
Em Fevereiro do ano passado, a Câmara Municipal anunciou que tinha visto finalmente aprovado pelo secretário dos Transportes o projecto para a construção da Central de Camionagem. Na altura, o presidente da Câmara, Beraldino Pinto, justificou a morosidade do processo com o facto do projecto ter sido sujeito, ao longo dos últimos anos, a sucessivos reparos e chamadas de atenção, por parte da tutela, para detalhes de pormenor. Mas, apesar da “burocracia que rodeia a abertura de concursos”, o vice-presidente da autarquia, Duarte Moreno, naquela data estava confiante que “a obra poderia ser lançada” até ao final de 2008. A sua construção no lugar do chamado Parque das Máquinas da Câmara Municipal, perto da zona escolar , prevê (no dito terreno) a abertura de uma estrada de acesso à rua Damião de Góis, que constitui a saída para Mirandela.
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