SECÇÃO: Montalegre
Espaço que homenageia padre Fontes inaugurado sexta-feira da semana passada
Ecomuseu virado para as novas tecnologias
Parece um museu minimalista. Uma peça aqui, outra ali… Puro engano. Barroso está todo lá. Condensado. Em imagens, em sons. E à distância de um toque. As novas tecnologias saltam à vista no Ecomuseu do Barroso. Mas não chocam. O espaço foi inaugurado na sexta-feira da semana passada pelo ministro da Cultura.
À entrada, numa mesa interactiva, o visitante poderá, desde logo, conhecer em três dimensões o concelho e a sede da vila. É uma espécie de Google earth em versão barrosã, que permitirá, desde logo, visualizar alguns pontos de interesse. Ao final da tarde de sexta-feira da semana passada, ao ouvir a explicação do funcionamento da mesa por parte de um dos técnicos, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, não disse uma palavra. Bateu palmas. Estava impressionado. Aberta há cerca de um mês, a sede do Ecomuseu do Barroso, em Montalegre, só sexta-feira foi inaugurada oficialmente. O edifício, situado junto ao Castelo da vila, foi baptizado com o nome do padre Fontes, um tributo da Câmara ao pároco pelo seu trabalho na divulgação do concelho. “Isto é simbólico. É uma homenagem aos barrosões, é mais bonito dizer”, comentava, aos jornalistas, o homenageado. Acompanhado pelo director do Ecomuseu, David Teixeira, o presidente da Câmara, o socialista Fernando Rodrigues, guiava o ministro pelas várias salas que compõem o edifício. Depressa. Tão depressa que o governante teve de lhe fazer sinal com a mão para ouvir até ao fim o violinista que tocou na recepção. Na sala especialmente dedicada a visitas dos mais pequenos, o ministro experimentou a parede interactiva. “Viva o Barroso”, escreveu. Além disso, também pôde tocar em ecrãs interactivos onde, rapidamente, são exibidas imagens e sons das várias tradições do Barroso, como a matança do porco, por exemplo. E, já no último piso, testou o chão interactivo, onde, com um mexer de pé ou de mão, vão rodando imagens de rostos do Barroso, ou vai aparecendo o calão local. “É um museu que, através das novas tecnologias, obriga à interactividade do visitante. A informação está toda lá, mas tem que ser a pessoa a solicitá-la”, resume um responsável da empresa que concebeu o sistema, a Edigma.
Pormenores
Exposição
A sala destinada a exposições temporárias do Ecomuseu do Barroso abriu com uma mostra de fotografias a preto e branco do conceituado fotógrafo francês Georges Dussaud.
Galeria de Sensações
É uma espécie de túnel onde, através da projecção de imagens e sons, o visitante ficará com a sensação de ter experimentado algumas actividades da região.
Montra interactiva
Na sala onde passará a funcionar o Posto de Turismo, uma das janelas é interactiva. Mesmo com o museu encerrado, ao tocar-lhe os turistas poderão aceder a uma série de informação.
2 mil visitantes
No espaço de apenas um mês, a sede do Ecomuseu do Barroso já recebeu cerca de dois mil visitantes.
Rodrigues criticou Governo
O presidente da Câmara de Montalegre, Fernando Rodrigues, aproveitou a presença de um membro do Governo no concelho para renovar algumas reivindicações da autarquia que ainda não foram satisfeitas, nomeadamente a rectificação da EN 103 entre Montalegre e Braga. “É inaceitável que passados mais de dois anos sobre esse compromisso político, os burocratas, talvez a incompetência e de certeza a visão economicista e centralista, não deixem andar o processo e que estejam assim a causar graves prejuízos que agravam a interioridade a marginalidade e o isolamento de Montalegre”, criticou Rodrigues, lembrando também outras necessidades do concelho, estas da competência do ministro da Cultura: a musealização das torres do Castelo, a criação de um arquivo municipal e a recuperação do pólo museológico das Minas da Borralha. O governante garantiu que as obras passarão a ser uma “prioridade na sua agenda”. E, quanto à estrada, Pinto Ribeiro comprometeu-se a defender este “desejo” junto dos outros membros do Governo.
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