SECÇÃO: Desporto
Futebol - II Divisão - 2ª Fase: Chaves, 3 – Tirsense, 0
Domínio absoluto dos flavienses
Foi uma jornada com vitória dupla para o Desportivo de Chaves, uma vez que o Moreirense foi batido no seu terreno pelo Pontassolense por um expressivo 0-3. Aliás, com esta vitória, a equipa madeirense assume em definitivo a sua candidatura à subida, pelo que os flavienses têm, no próximo domingo, mais uma autêntica final para disputar na Ponta do Sol.
O Chaves foi superior ao seu adversário durante todo o jogo. Quim Machado, treinador do Tirsense, estaria à espera de encontrar uma equipa flaviense a jogar com três avançados, como tem acontecido ultimamente, mas Leonardo Jardim surpreendeu o antagonista com uma mudança nas peças do xadrez que viria a ser decisiva para o controlo total do jogo e do adversário. Na verdade, a inclusão de Élio Martins na ala esquerda, em detrimento de Wang (ou Zé Anderson), permitiu uma tarde de grande fulgor a Capuco e Carlos Pinto. Estes dois jogadores, mais soltos nas tarefas atacantes, foram protagonistas de jogadas que tiveram tanto de vistosas quanto de perigosas para as redes “jesuítas”. Assim, embora Élio Martins não tivesse uma tarde de brilho, ainda que demonstre boa qualidade técnica (precisa de mais “nervo” na disputa da bola), a simples colocação deste jogador na referida ala esquerda constituiu uma mudança táctica com que o Tirsense nunca se entendeu (e para a qual não viria preparado). Fruto do que referimos, os “jesuítas” foram praticamente inofensivos durante todo o encontro.
Depois de o Chaves já ter desfrutado de duas boas ocasiões, aos 18 minutos, na sequência de um canto do lado direito do ataque, a bola passa por toda a defesa tirsense; Tero, isolado no segundo poste, não contou com o “brinde”, e quando se apercebeu a bola passou-lhe por cima da cabeça. Logo de seguida, aos 20 minutos, o Tirsense teve uma das suas poucas jogadas de perigo, e mesmo esta pode considerar-se “acidental”: na marcação de um livre sobre o lado direito e a grande distância da baliza, a bola passou pelos jogadores de ambas as equipas que se encontravam na área, acabando por sair junto ao poste da baliza de Rui Rego. Aos 22 e 24 minutos, mais duas jogadas perigosas do Chaves: primeiro foi Bamba a rematar em força contra a defesa tirsense; depois, uma boa jogada de Capuco pela direita, atrasa para Bruno Magalhães que, ainda de fora da área, rematou forte, com a bola a sair junto ao ângulo esquerdo da baliza de Sérgio. Aos 38 minutos, excelente cruzamento de Élio, do lado esquerdo, Bamba remata de cabeça e a bola sai junto ao poste esquerdo da baliza tirsense. O domínio do Chaves, sem ser avassalador, era constante. O Tirsense mostrava-se impotente perante os ataques flavienses, não conseguindo levantar a cabeça e responder como já vimos esta mesma equipa fazer noutras ocasiões.
Aos 39 minutos aconteceu o primeiro golo. Na zona central, Clemente coloca em Capuco, este passa para a direita, para Bruno Magalhães, que faz um centro-remate, rasteiro, aparecendo Capuco a empurrar a bola para o fundo da baliza.
O Tirsense só aos 47 minutos viria a dar um “ar da sua graça”, numa jogada em que conseguiu levar a bola ao fundo das malhas, mas que o árbitro-auxiliar anulou, por fora-de-jogo ou carga sobre Rui Rego; foi num livre directo, em que o guardião flaviense largou a bola, aparecendo então o jogador adversário a empurrar para a baliza, mas com a jogada a ser anulada, como referimos.
Logo no primeiro minuto do segundo tempo o Chaves fez o 2-0. Mais uma boa triangulação no ataque (foram muitas, durante o jogo), com Carlos Pinto a colocar em Capuco, e este, de primeira, a pôr a bola nos pés de Clemente, que rematou forte para o golo da tranquilidade.
O Tirsense esboçou a reacção, mas raramente levou a bola com perigo até à área flaviense. Por outro lado, o Chaves continuava a ter algumas jogadas de perigo, como num grande remate do “endiabrado” Capuco, de fora da área, que fez a bola embater com estrondo no poste da baliza tirsense. Aos 33 minutos, Wang, que havia entrado para substituir Clemente, teve mais uma jogada com a sua “marca”, ele que nunca dá uma bola como perdida: junto à lateral, disputa a bola com dois adversários, ganha-lhes em corrida e entra na área, onde foi rasteirado junto à linha de fundo; penálti sem margem para dúvidas, que Carlos Pinto converteu mandando a bola para a esquerda de Sérgio, com este a lançar-se para o lado contrário.
Até ao fim, registámos um remate do Tirsense, de fora da área, com a bola a sair junto ao poste esquerdo da baliza de Rui Rego. Estava concluído o encontro, numa tarde em que o Chaves dominou em absoluto.
Mais tarde, haveriam de chegar boas notícias de Moreira de Cónegos, com a derrota do Moreirense, que assim volta a ter quatro pontos de desvantagem em relação ao Chaves. No entanto, ainda há jornadas de muitas emoções a esperar a equipa azul-grená, e uma delas é já no próximo domingo. Uma vitória na Ponta do Sol seria um passo de gigante rumo ao “play-off”.
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