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Edição de 13-05-2011

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Arquivo: Edição de 27-03-2009

SECÇÃO: Desporto

Clube Ténis de Mesa de Chaves instalado no antigo Cine-Teatro
Sem condições nem soluções para praticar desporto

fotoClube Ténis de Mesa de Chaves está a atravessar uma fase difícil. Por não poder suportar o aumento da renda que lhe foi exigida, teve de abandonar instalações que ocupava no Ginásio dos Bombeiros Voluntários Flaviense. Agora, o clube está instalado num espaço do antigo Cine-Teatro, que não reúne as mínimas condições. O presidente do Clube, José Matos, não esconde o desânimo.
Em entrevista ao Semanário TRANSMONTANO, o presidente do Clube, José Matos, explica como tudo aconteceu e mostra-se desapontado com a forma como têm olhado para o CTM de Chaves.
“Não existe na história do Ténis de Mesa Nacional nenhum clube como o CTM de Chaves que, com apenas 5 anos de existência, ganhou na mesa de jogo tantas provas Nacionais”, começou por dizer o pe-diatra José Matos, para quem este clube promove estilos de vida saudáveis para as jovens atletas.
Os títulos conquistados são fruto de muitas horas de treino dos atletas que residem e estudam em Chaves e que, muitas vezes, “passam como que esquecidos dentro do desporto flaviense”.
José Matos diz ainda não ter conseguido perceber o que é que as pessoas pensam sobre o que é ser-se Campeão Nacional. “Ser simplesmente os melhores de Portugal continental, Madeira e Açores, e nós já o fomos diversas vezes”, diz, lembrando, no entanto, que, apesar disso, “estas crianças que estudam, brincam, passeiam, treinam, jogam e ainda têm tempo para praticar a modalidade de que gostam e serem as melhores, são esquecidas. Que me desculpem, mas é verdade!”.
Nestes primeiros 5 anos de existência, o Clube utilizava o Ginásio dos Bombeiros Voluntários Flavienses, mas José Matos explicou a razão porque o deixaram:
“Em primeiro lugar e, se me permite, quero pela primeira vez prestar em público um sincero agradecimento ao ex-presidente da Direcção, Sr. Plácido, pela colaboração, compreensão e preocupação em todo o tempo que o CTM Chaves treinou e competiu no ginásio dos Bombeiros. No entanto, as direcções têm o seu tempo, são renovadas e o espírito nem sempre é o mesmo. O espírito de que falo são de crianças de 6, 7, 10 e 12 anos a praticar uma modalidade desportiva e mais do que tudo educativa. É necessário ter uma profundidade de campo como nas máquinas fotográficas…caso contrário, ficamos limitados a pequenos detalhes e esquecemos a grandeza da fotografia e da imagem. Fomos obrigados a deixar de fazer parte da fotografia. Fomos obrigados, sublinho. Esta história do Clube de Chaves é de todo muito semelhante ao que aconteceu na cidade de Mirandela…uma fotocópia. Demos três passos atrás, estamos em condições muito precárias, talvez para tomar balanço para uma nova partida que espero não demorar. Somos um exemplo de um Clube que tem apostado na formação e não queremos perder o ritmo”.
Apesar do presidente da colectividade não querer especificar qual foi o verdadeiro problema, o Semanário TRANSMONTANO sabe que o preço que a actual direcção dos bombeiros pedia pelo aluguer do espaço era mais do dobro do que pagavam até então e os orçamentos não comportavam tanto.
Actualmente, treinam nas antigas instalações do Cine-Teatro de Chaves, na Travessa Cândido dos Reis. O espaço não oferece as mínimas condições para a prática desportiva, mas foi a solução possível.
“As condições são precárias e estão à vista. No início, penso ter sido a solução mais viável, pois tínhamos de abandonar o Ginásio até fim do ano de 2008 e o tempo esgotava-se. Saímos dia 19 de Dezembro, no entanto, o Sr. Presidente da Câmara é conhecedor em pleno da nossa situação em termos de condições de treino”, referiu Matos.
Apesar de algumas alterações, o local não deixou de ser o que era, ou melhor, um átrio de um cinema com muitas colunas, sendo necessário alguma habilidade para se poder treinar ténis de mesa. “Houve outras hipóteses, como irmos para o Pavilhão da Adrat, mas seria por tempo muito limitado devido a exposições e obras previstas para 2009”, referiu José Matos, aproveitando para dizer que “os flavienses e a autarquia por inúmeras vezes demonstraram carinho e dedicação ao Clube, mas é nestes momentos mais complicados que se exigem, para além das bonitas palavras, que se encontrem soluções viáveis”.

Competição é impossível

O Clube está na eminência de subir à II divisão, mas não pode competir nas instalações onde estão a treinar. “Os atletas crescem, têm capacidades e temos que as aproveitar. Em Maio vamos à fase de qualificação de subida à 2ª divisão Nacio-nal Feminina Sénior. Vamos dar um pequeno presente às nossas atletas, ainda cadetes e juniores, de competir com as mais velhas. Os rapazes terão a mesma possibilidade. Todos são merecedores. Ainda falta algum tempo, mas o rumo terá de passar pela competição cada vez mais ao mais alto nível. No entanto, as actuais instalações não possuem as condições mínimas para jogos de competição, nem sequer para simples jogos distritais. É o que temos e alternativas são poucas ou nenhumas”.
Ao que o Semanário TRANSMONTANO conseguiu apurar, o CTM de Chaves apresentou à Câmara Municipal um projecto para a criação do seu próprio espaço para treino e competição, junto ao Pavilhão Municipal, que pode albergar outras modalidades, mas as respostas, ou alternativas “continuam na gaveta”.
“A direcção do CTM Chaves tem que pensar em função das necessidades do Clube e da Cidade. Este projecto foi pensado e repensado em função da localização e do apoio que poderia fornecer, não só ao Clube e ao ténis de mesa, mas igualmente para outras actividades desportivas e inovadoras. É um projecto único, sem concorrente, no entanto, aceito sugestões e críticas de quem de direito em relação a esta proposta”, salientou José Matos.
O projecto foi pensado para utilização, inclusivamente, de pessoas com mobilidade reduzida e várias seriam as actividades a desenvolver, como o badmington, a ginástica, o basquetebol, o taekwon-do, o judo ou mesmo o xadrez. O projecto foi apresentado em mão ao presidente da Câmara Municipal de Chaves, João Batista, que se mostrou muito receptivo mas…. “Estamos a aguardar por uma solução que só poderá passar pela criação de infra-estruturas condignas para os atletas do CTM Chaves”, disse José Matos.
Sem condições nem soluções a curto prazo, e com o Clube a crescer cada vez mais, abandonar está mesmo fora de questão, pois segundo o presidente do Clube “isso é o que queriam muitos dos nossos adversários. Sendo Chaves uma cidade do interior é necessário criar condições a vários níveis para que os mais novos continuem a gostar muito da cidade onde vivem. E a formação desportiva em conjunto com a formação académica é fundamental para o desenvolvimento da pessoa humana,” concluiu José Matos, esperançado que a autarquia resolva o problema a curto prazo.

“Esta é uma fase provisória”

Confrontado com toda esta situação, o vereador do desporto, Castanheira Penas, para além de ter confirmado a recepção do projecto, garantiu que, desde início, que esta situação é provisória. “Todos sabemos que o espaço não serve, mas foi a solução imediata, pois tinham de deixar as instalações dos bombeiros no final do ano. O projecto até é simpático, mas a autarquia tem os seus próprios projectos e temos um espaço reservado para o Ténis de Mesa no pavilhão desportivo que já começou a ser construído junto ao Centro Escolar de Santa Cruz Trindade”, disse o vereador, garantindo que, em caso de competição, o Pavilhão Municipal de Chaves pode ser utilizado.





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