SECÇÃO: Macedo de Cavaleiros
Apesar de ter sido pedida com urgência pelo médico
Mais de um ano à espera de consulta
Depois de três meses à espera que lhe fosse marcada uma consulta de cardiologia que o médico que o assistiu na urgência do Centro Hospitalar do Nordeste lhe mandou marcar “com carácter de urgência”, agora um doente de Macedo de Cavaleiros vai ter que esperar mais de um ano para ser visto pelo especialista.
Em Dezembro do ano passado, José Gonçalves, residente em Macedo de Cavaleiros, recorreu ao serviço de Urgências da Unidade Hospitalar da cidade, pertencente ao Centro Hospitalar do Nordeste (CHN) com sintomas de arritmia. Segundo conta, depois de lhe ter sido medida a tensão arterial, de ter sido devidamente auscultado e submetido a um electrocardiograma, o médico destacado naquele serviço passou-lhe uma carta para que, através do médico de família, lhe fosse marcada uma consulta de cardiologia, “com carácter de urgência”. No dia em que entregou a carta ao médico, a única indicação que lhe foi dada pela funcionária de serviço foi a de que oportunamente iria receber uma carta do Centro Hospitalar do Nordeste a comunicar o dia para que seria marcada a consulta em causa. Entretanto, estranhando a demora, o doente chegou a pôr em causa se a consulta estaria efectivamente marcada. A resposta a esta dúvida tardou, mas sempre chegou, precisamente na semana passada (três meses depois do pedido de marcação), através de uma carta que deixou o utente “estupefacto” e, simulta-neamente, “incrédulo e indignado”. Não é para menos. A consulta foi marcada para o dia 5 de Maio de 2010, ou seja, daqui a um ano e praticamente dois meses.
Confrontada com a situação, fonte do CHN explicou que, ao marcar a consulta via electrónica, como aconteceu, o médico de família pode optar pelo hospital que consiga dar uma resposta mais rápida. “Se optou por este Centro Hospitalar, presumimos que foi porque era aquele que, mesmo assim, conseguiria dar uma resposta mais rápida”, revelou fonte do CHN. Por outro lado, a mesma fonte explicou que quando o pedido de consulta dá entrada no CHN é analisado pelo serviço da especialidade, que analisa o processo do doente em causa, e que a marcação da consulta é feita com base na chamada “prioridade clínica” e não com base na ordem de chegada do pedido. No entanto, o Semanário TRANSMONTANO sabe que o CHN perdeu recentemente um cardiologista e que tem havido dificuldade de substituir o profissional, por falta de disponibilidade de especialistas.
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