SECÇÃO: Chaves

Câmara anunciou também que vai candidatar a cidade da Património do Mundo
Ponte Roma sem trânsito por questões de segurança

Está decidido. A Ponte Romana vai ficar sem trânsito automóvel. A Câmara de Chaves justificou a decisão com questões de segurança. O parecer do Ministério da Cultura solicitado pela autarquia também sugere a pedonalização da travessia.
A Ponte Romana vai ficar para uso exclusivo de peões. A Câmara de Chaves anunciou a decisão, na passada terça-feira, numa conferência de imprensa onde estiveram presentes todos os membros do executivo PSD. O presidente da Câmara, João Batista, praticamente o único a falar, justificou a decisão com elementos relacionados com questões de segurança da travessia e que, segundo garantiu, foram revelados no relatório da obra. O documento, executado pelos serviços da autarquia, foi entregue no passado dia 8. De acordo com o autarca, o relatório revelou situações que, a manter-se o trânsito, poderiam pôr em causa a segurança e preservação da travessia. Uma delas prende-se com “fragilidades” detectadas em quatro arcos da ponte, na margem direita. Fragilidade essa que, segundo o autarca, poderá ser minimizada “se não houver vibrações derivadas do trânsito automóvel”. Além disso, Batista revelou que a irregularidade da base do piso da Ponte, “não prevista antes da obra”, faz com que a capacidade de carga do piso seja menor.
Além disso, o autarca revelou também o parecer que foi solicitado ao Ministério da Cultura, que sugere a pedonalização da Ponte, tendo em conta a “elevada qualidade arquitectónica e patrimonial” e para “melhor ser usufruída, a exemplo de outros monumentos semelhantes existentes na Europa”. Em alternativa ao trânsito na Ponte, a Câmara anunciou a construção de dois arruamentos entre a rotunda do Rajado e o centro da Madalena. A polémica sobre o trânsito na Ponte foi levantada há cerca de dois meses pelo PS, que também defendia a pedonalização, e chegou a propor, em reunião de Câmara, um referendo sobre o assunto. No entanto, a proposta foi chumbada pela maioria PSD, que prometeu uma decisão baseada em dados “técnicos”. Antes do PS colocar o assunto, o presidente da Câmara defendia uma solução mista: trânsito condicionado aos dias úteis e das 08h00 às 20h00. No seio da sociedade civil, a questão gerou diversas opiniões. A Associação Empresarial, que apenas se pronunciou sobre o assunto na semana passada, defendia o trânsito, posição que justificou com o resultado de um inquérito que terá revelado que mais de 80 por cento dos comerciantes eram a favor da circulação rodoviária na travessia.

Chaves candidata a Património do Mundo

Na mesma conferência de imprensa, o executivo flaviense anunciou ainda a preparação de uma candidatura da cidade de Chaves a Património do Mundo, que terá por base o conjunto do património da cidade, sobretudo, o ligado à era romana, como, por exemplo, o recém-descoberto balneário termal com fins terapêuticos, que será dos maiores existentes na Europa. O assunto deverá ter sido levado a reunião de Câmara ontem.