SECÇÃO: Região
Estatuto foi retirado após estudo de exequibilidade da Agência para o Investimento e Comércio Externo
Investimento turístico Fun Zone já não é Projecto de Interesse Nacional
Depois dos atrasos na execução, aquele que foi anunciado como um dos maiores investimentos privados na região transmontana perdeu o estatuto de Projecto de Interesse Nacional (PIN), uma classificação que asseguraria uma maior celeridade em termos de licenciamentos e de acesso a incentivos financeiros. O presidente da Câmara de Alfândega da Fé, um dos concelhos que iria beneficiar do investimento, não quis, para já, prestar declarações, mas mostrou-se aberto a todas a propostas que o viabilizem.
O projecto turístico Fun Zone Villages Douro, anunciado como o maior investimento privado em Trás-os-Montes, perdeu o estatuto PIN – Projecto de Interesse Nacional. O projecto de um promotor inglês, previsto para a Terra Quente Transmontana, estava a ser sujeito a uma avaliação de exequibilidade por parte da Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), uma entidade empresarial do Estado, que o terá arquivado.
A revelação foi feita num comunicado da Câmara de Alfândega da Fé depois da última assembleia-geral da AlfândegaTur, a empresa municipal responsável pelo sector turístico no concelho, e onde se discutiu o futuro da Estalagem Senhora das Neves, parte das quotas da qual estavam para ser adquiridaa pelo promotor do Fun Zone.
Contactado pelo Semanário TRANSMONTANO, o presidente da Câmara de Alfândega da Fé, João Carlos Figueiredo, não quis prestar declarações sobre o assunto.
Em comunicado, a autarquia revela que Chaby Rodrigues, o investidor inglês, informou o município de que a AICEP arquivou o projecto. Um factor determinante para que o Ministério da Economia tenha retirado ao Fun Zone o estatuto de Projecto de Interesse Nacional. Ainda assim, a Câmara de Alfândega diz-se “aberta a todos os projectos que o permitam viabilizar”.
O Fun Zone foi anunciado como o maior investimento privado em Trás-os-Montes. Estava orçado em 250 milhões de euros e iria criar 400 postos de trabalho. Trata-se de um complexo turístico, destinado a famílias cujos filhos tenham necessidades especiais, com capacidade para 800 camas. O início da construção estava previsto para Março de 2007. O projecto previa ainda uma fábrica de transformação de contentores marítimos em apartamentos de luxo para Macedo de Cavaleiros e um aeroporto internacional para Mirandela. Estes investimentos foram, posteriormente, abandonados por Chaby Rodrigues, que acabou por sair de Portugal e regressar a Inglaterra, alegadamente insatisfeito com pormenores burocráticos do processo que, segundo ele, estavam a fazer atrasar o projecto.
O promotor não esteve presente na assembleia-geral da empresa, mas enviou uma carta a justificar a ausência, embora os motivos não sejam revelados no comunicado. A autarquia anuncia que vai analisar a legalidade da situação, encaminhando-a para um gabinete jurídico e financeiro. Só depois das conclusões deste estudo é que o município tomará uma posição definitiva.
Quanto à AlfandegaTur, a assembleia-geral determinou novas possibilidades para encontrar soluções de gestão para a Estalagem Senhora das Neves. A autarquia adianta que estão a ser analisadas duas propostas para a participação do capital social da empresa e salienta que, com estas parcerias, ou com outras que venham a surgir, a aposta será sempre a manutenção da estalagem e defesa da viabilidade do investimento.
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