SECÇÃO: Vila Pouca de Aguiar
Proprietários dizem que perderam competitividade com aumento dos combustíveis
Encerramento de três pedreiras deixou 21 pessoas no desemprego
Os sucessivos aumentos dos combustíveis já produziram efeitos na indústria do granito em Vila Pouca de Aguiar. Na sexta-feira da semana passada, três empresas de extracção anunciaram o encerramento e deixaram 21 trabalhadores no desemprego. Preocupado com a situação, o presidente da Câmara teme mesmo que “o aumento dos combustíveis, sem medidas compensatórias, possa levar a uma proliferação de encerramentos”.
“Não se admite ter aumentos consecutivos de combustíveis todas as semanas”, justificou Graciosa Gonçalves, proprietária de duas pedreiras na zona de Pedras Salgadas, lembrando que os aumentos fazem com que o material não se venda porque “não fica competitivo”.
Para a empresária “não existe igualdade de circunstâncias” com a vizinha Espanha “que já não está a gastar o granito de Pedras Salgadas” devido ao aumento do produto face aos custos, nomeadamente o relacionado com o transporte de materiais. Graciosa Gonçalves, cuja família detém empresas em Angola, defende que o sector devia ter preços especiais ou poder obter gasóleo industrial “para sermos tão competitivos como os espanhóis”.
Segundo a empresária, aos 14 funcionários que trabalhavam nas pedreiras foi-lhes oferecido emprego em Angola. No entanto, para já, apenas quatro terão aceite a proposta.
Além destas duas pedreiras, no lugar da Torre do Monte, em Sabroso de Aguiar, também encerrou uma exploração, deixando sem emprego sete pessoas.
O presidente da Câmara, Domingos Dias, teme que estes encerramentos possam ser “o início de um grande movimento que, a verificar-se, seria um grande desastre para o concelho”. “Se o sector do granito, que é o principal motor económico-social do concelho, com mais de dois mil empregos directos, é afectado, vai alastrar a todos os outros sectores da economia local”, augura o autarca.
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