SECÇÃO: Valpaços
Análises revelaram níveis de arsénio a mais
Água de Paradela está imprópria para consumo
A água da rede pública da aldeia de Paradela, em Valpaços, está imprópria para consumo. As últimas análises revelaram níveis de arsénio superiores aos recomendados. O delegado de saúde acredita que alteração tenha sido provocada pela sujidade acumulada no depósito, entretanto, já desinfectado. A população queixa-se de não ter sido avisada “logo” da situação, mas a delegação de saúde e a Câmara negam.
Na aldeia de Paradela, em Valpaços, há mais de uma semana, que a população é obrigada a beber água engarrafada e a cozinhar com água “emprestada” - por quem tem furos particulares- ou trazida de uma fonte de uma aldeia contígua. A água da rede pública está inquinada. As últimas análises químicas realizadas pela Câmara e pela delegação de saúde de Valpaços detectaram níveis acima dos valores recomendados de “metais pesados”, entre os quais arsénio, uma substância considerada tóxica e cancerígena. E, por isso, a população está impedida de a consumir. Além do transtorno, alguns moradores queixam-se, sobretudo, de não terem sido “avisados a tempo” do que se estava a passar. “Só vieram pôr um aviso depois de eu ter ligado para a delegação de saúde a confirmar o que se ia comentando sobre a qualidade da água”, garantiu um habitante. O delegado de Saúde, António Gomes, garante o contrário. “Mal soubemos, colocamos um aviso a aconselhar as pessoas a não consumir”.
O presidente da Câmara, Francisco Tavares, assegura também que foram tomados todos os procedimentos habituais nestas situações. “Paramos o fornecimento de imediato”, garantiu. Há outras contradições no caso. O delegado de saúde garantiu que “não houve doenças de origem hidríca” relacionadas com o consumo da água. Mas os moradores dizem que ultimamente havia muita gente na aldeia com “diarreia e vómitos”.
Quanto à origem da alteração da água, o delegado de saúde acredita que a mesma se deva à sujidade que se encontrava acumulada no depósito de água, entretanto, limpo e desifectado pela autarquia. Aliás, António Gomes, criticou a alegada falta de limpeza dos reservatórios. “Eles têm que ser limpos, porque não acontece já me ultrapassa”, disse. O presidente da Câmara garante, no entanto, que os depósitos são limpos sempre que se detectam “anomalias”.
Os resultados da recolha feita após a desinfecção do depósito deverão ser conhecidos para a semana. Se os valores se mantiverem, o presidente da Câmara promete resolver o problema através de uma empresa especializada, que instalará um sistema para tratar o arsénio. Além disso, Tavares garantiu que irá licenciar um novo furo de água no local para reforçar o abastecimento.
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