Arquivo: Edição de 04-02-2011
Chaves, 0 – Oliveirense, 0 Futebol - II Divisão: Futebol foi de fraca qualidade
Depois do empate a uma bola com o Bragança, esperava-se uma resposta bem mais positiva do Desportivo de Chaves, que, tal como o tempo, realmente frio, congelou e o seu futebol foi de péssima qualidade. É certo que o relvado em nada ajuda quem quer construir e que favorece quem defende, mas também é certo que uma equipa que tem objectivos de subida tem de produzir bem mais e os seus atacantes não podem ser tão displicentes na hora de finalizar. Na primeira meia hora do encontro, nenhuma das equipas criou uma única oportunidade de perigo digna de registo e o pouco público que estava nas bancadas começou a desesperar e a assobiar a forma de jogar das equipas. O treinador Luís Miguel também não estava a gostar da forma como a sua equipa abordava o jogo e, aos 34 minutos, fez a primeira alteração. Saiu Geraldes para entrar Flávio Igor. Mas de pouco ou nada serviu, e quem foi obrigado a mostrar serviço foi o guardião Nuno Dias, que, com uma defesa apertada, afastou o remate de João Cruz. Makhtar, ainda antes da saída para o descanso, viu o adiantamento do guarda-redes e tentou o golo, mas a bola sai por cima. Pode considerar-se ter sido esta a única oportunidade dos flavienses. Se a primeira parte foi fraca, a segunda em nada lhe ficou a dever e foi necessário chegar o minuto 65 para que se assistisse a uma jogada digna desse nome, com Lio a trabalhar bem na direita, a tabelar com um companheiro e a rematar. Luís Miguel, desesperado com o rendimento do seu ataque, “pôs toda a carne no assador” e fez entrar Jefferson e Nino, mas a postura atacante da equipa, numa altura em que os forasteiros já só se preocupavam em defender, em nada mudou. Aos 80 minutos, Nino desperdiça, de forma gritante, a melhor oportunidade do jogo. Já na pequena área, e sem opositores, numa altura em que se pedia que, com a cabeça, se limitasse a dizer sim ao golo, tentou dominar a bola com o peito, mas esta bateu fugiu-lhe. O 0-0 foi o resultado de um jogo mau de mais para ser verdade.
Treinador do Chaves descontente
No final do encontro, o treinador dos flavienses Luís Miguel mostrou o seu descontentamento e, para além de se voltar a queixar do “péssimo estado em que o relvado se encontra”, e de concordar que foi um mau jogo, fez questão de referir: “O Desportivo de Chaves quer continuar a ser candidato à subida de Divisão, mas para além de não contratar ninguém para se reforçar está a deixar sair as suas mais valias”.
Capitães abandonaram o clube
O Beira-Mar, na passada sexta-feira, garantiu a contratação do defesa central e capitão do Desportivo de Chaves, Ricardo Rocha, que assinou contrato até ao final da temporada e assim vai reencontrar Leonardo Jardim e Carlos Pires, bem como Rego, Danilo e Wang, com quem jogou no ano da subida do Chaves à II Liga. Apesar do salto ser para o primeiro escalão, os associados questionam a saída, até porque o Beira-Mar nada pagou. Mas o descontentamento ganhou contornos bem diferentes, quando, no final do jogo Chaves e Oliveirense, Bruno Magalhães, um dos jogadores mais acarinhados em Chaves, compareceu na sala de imprensa do Municipal e de forma emocionada se despediu dos adeptos flavienses. Bruno Magalhães confirmou que está de saída para o Ribeirão, clube que já representou e de onde veio para estar quatro épocas e meia em Chaves. Com as lágrimas nos olhos, o jogador disse que o Desportivo de Chaves “é, e vai continuar a ser, o seu clube do coração”. “Mas a minha mãe está com um problema grave de saúde e neste momento tenho de ir para perto dela”, referiu o jogador, apelando aos associados que “continuem a apoiar a equipa e a lutarem até ao fim”.
Por: Paulo Silva Reis |