Arquivo: Edição de 06-05-2011
Sabia que:- Estudando o comportamento de chimpanzés fêmeas que perderam a sua cria, cientistas do Instituto Max Planck de Psicolinguística chegaram à conclusão de que os nossos parentes símios mais próximos têm a sua própria concepção da morte. A comunidade científica reconhece há algum tempo que as mães de chimpanzé conservam durante longo tempo um contacto estreito com as suas crias, a quem transportam ao redor de dois anos e cuidam até que completam entre quatro e seis anos. Esta relação é uma das mais importantes na vida dos chimpanzés. A Dra. Katherine Cronin e sua equipe realizaram o estudo na Chimfunshi Wildlife Orphanage Trust (Zâmbia), um centro onde acolhem chimpanzés nascidos em liberdade e resgatados do tráfico ilegal. Segundo descrevem os pesquisadores na revista American Journal of Primatology, observando o comportamento de uma chimpanzé fêmea que acabara de perder o seu filhote de 16 meses comprovaram que, depois de falecer, a mãe seguiu carregando o corpo da cria morta durante mais de 24 horas e depois colocou-o no solo em uma clareira do bosque. Aproximou-se do corpo muitas vezes, observou-o, e passou os dedos sobre a cara e o pescoço do filhote durante vários segundos. Após permanecer junto ao corpo durante quase uma hora, levou-o até um grupo de chimpanzés que começou a examiná-lo. No dia seguinte a mãe deixou de carregar o corpo da cria. Os pesquisadores consideram que demonstraram a existência de um período de transição durante o qual a mãe adverte que a sua criança morreu, assim como se estivesse de luto.
- Lince-Ibérico: Possivelmente já estivemos a dois passos dele e fomos minuciosamente observados, sem darmos por nada. Invisível por entre a folhagem, o lince-ibérico é um animal que poucas pessoas se podem gabar de já ter visto. Quando alguém pergunta como ele é, temos logo a tentação de o comparar a um gato. Não há dúvida que é fácil encontrar semelhanças, não só físicas mas também de comportamento. Eles correm, saltam e surpreendem as presas com uma agilidade admirável, fazendo da caça uma espécie de jogo. Silenciosos e imprevisíveis, têm a habilidade de aparecer e desaparecer sorrateiramente, quase sem darmos por isso. Esta comparação não é desprovida de fundamento - quem estuda as relações de parentesco entre os animais chegou à conclusão que estas duas espécies pertencem à mesma família, a dos felídeos. São animais de cabeça redonda e focinho curto, com dentes aguçados, adaptados para cortar a carne. Além disso, têm cinco dedos nos membros anteriores e quatro nos posteriores, que terminam com garras retrácteis, e são digitígrados, ou seja, apoiam-se apenas nas extremidades das patas. No entanto o lince não é um gato. Quem tiver a sorte de alguma vez deparar com um lince, chamar-lhe-á a atenção os invulgares pêlos nas extremidades das orelhas, em forma de pincel, as longas patilhas brancas e negras, bem como a cauda muito curta, com a extremidade escura. Notará também que os seus membros altos e vigorosos, com patas que parecem desproporcionadamente grandes e os quartos traseiros mais elevados que o resto do dorso, lhe dão um porte altivo e robusto. A sua pelagem, amarela acastanhada com tons cinzentos e sarapintada de preto, permite-lhe confundir-se com o meio que o envolve. |