Arquivo: Edição de 11-03-2011
Continua a afluir cada vez mais gente vinda de todo o país Teatro de rua animou “Entrudo Chocalheiro” de Podence
À presença das barraquinhas para exposição e venda de fumeiro, artesanato e outros produtos da terra, dos continuados passeios de burro e dos passeios micológicos, o Carnaval de Podence, deste ano, acrescentou o festival gastronómico do grelo e a encenação da peça de teatro de rua “As línguas do diabo”, que conseguiu arrastar, para o largo do centro da aldeia, algumas dezenas das pessoa, que, no domingo passado, estavam concentradas em torno da Casa do Careto, onde decorria o grosso das actividades de animação. A sátira, interpretada pela Associação comoDEantes, da aldeia preservada de Quintandona – Lagares, parecia inspirada na canção de intervenção que o grupo “Deolinda” lançou com um tema que chama a atenção para o problema social que é hoje o desemprego de jovens licenciados. De resto, “a preocupação de, em cada ano, conseguir criar mais actividades para que as pessoas que visitam Podence, nesta altura, possam ocupar o tempo nos três dias” tem sido uma das prioridades do presidente da Casa do Careto, António Carneiro. Foi, aliás, nesta lógica de multiplicação de actividades que na tarde de domingo foi inaugurada a exposição de fotografia “os caretos e o povo”, da autoria de Luís Brinco, e feita a apresentação do livro “Por detrás da máscara”, de Paulo Raposo. Mas, novidades à parte, o que atrai a curiosidade dos visitantes é o desfile dos caretos pelas ruas da aldeia, caracterizado pelo som dos ruidosos chocalhos que estas figuras típicas carregam à cintura. As suas tropelias e os actos de chocalhar as raparigas são, neste soltar dos caretos, o alvo principal das objectivas de dezenas de fotógrafos e de câmaras de filmar, atentos a todos os seus movimentos, na expectativa de captar o melhor registo ou a melhor imagem. Segundo António Carneiro, nestes dias terão passado por Podence cerca de cinco mil pessoas. Em sua opinião, a passagem dos caretos pela Bolsa de Turismo de Lisboa, pelo 3º ano consecutivo, foi mais um contributo para despertar a curiosidade das pessoas para os símbolos que se escondem sob os trajes que envergam aquelas figuras típicas. Em seu entender, e numa perspectiva de turismo, “pena foi que muitas das pessoas que visitaram Podence não tenham podido ficar durante os três dias por falta de alojamento”. Mesmo assim, apesar do frio, ainda houve muitos que passaram estes dias instalados em auto-caravanas. Outros hospedaram-se em Macedo e nas três residenciais existentes perto de Podence. Por: João Branco |