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Edição de 13-05-2011
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Opinião

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Contra Ventos e Marés

Os Deolinda, Paco Bandeira e os” Homens da Luta”

Toda a gente, agora, só palra acerca da canção-protesto dos Deolinda, com o título,”Que parva sou”, mas, estranhamente, ninguém fala da “canção-bomba” de Paco Bandeira intitulada “TGV”, produzida há uns meses atrás e que, de alguma forma, foi intencionalmente abafada ( ou pelo menos não teve a divulgação que seria de esperar). Qual a razão? Será porque a canção de Paco Bandeira é mais abrangente nas críticas, é mais incisiva, mais corajosa, temerária e demolidora, relativamente ao poder instituído e a todos aqueles que adejam à volta do mesmo com o objectivo de colherem benefícios que percorrem, muitas vezes, caminhos de certa opacidade? Será que a canção de Paco Bandeira não passa na rádio porque se temem represálias? O que é facto é que existe complementaridade temática nas duas canções que, depois de vários anos passados sobre o 25 de Abril, “obrigam” os políticos, em geral, e os governantes, em particular, a mirarem-se no espelho da realidade nua e crua que agora “explodiu” com estas duas canções. E que imagens lhe devolveram esse mesmo espelho? São imagens distorcidas, são aleijões, são disformidades provocadas por políticas levianas, predadoras e irresponsáveis que estão levando Portugal( já levaram) a um autêntico beco sem saída. O que é preocupante é que formas subtis de censura se estão instalando (a canção de Paco é exemplo disso) porque as críticas, as denúncias e o clamor de indignação que perpassa na sociedade já atinge transversalmente a classe política, os partidos; de facto, estas associações que mais se assemelham a seitas dedicam-se ao assalto do poder e há quem as considere como fortemente responsáveis pelo desembocar deste estado pantanoso e fétido a que chegámos, que continua putrívoro sem vislumbre de regeneração. E, depois, os Deolinda e Paco Bandeira (mais este do que aqueles) incomodam e criam mal-estar em certa classe política dissoluta que temos… Que tenta “silenciar” Paco Bandeira e se aproveita cooptando os Deolinda para os seus objectivos. E , como não há duas sem três, eis que surgem os “Homens da Luta” a lançarem mais achas para a fogueira , vencendo ,inesperadamente, no passado sábado, dia 5, o Festival da Canção com a seu apelo brincalhão à “revolta”. Será que vêm aí tempos conturbados de contestação ou tempos de bovina resignação?

Por: António Cândido Gavaia


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