Arquivo: Edição de 25-02-2011
EfeméridesFoi no dia 01 de Fevereiro de 1908 que foi morto pela Guarda Real, em Lisboa, Manuel dos Reis Buiça. Tinha nascido em Bouçoães, Valpaços, no dia 30 de Dezembro de 1876. Foi segundo-sargento de cavalaria, destacando-se como bom atirador. Demitido do Exército, veio para Lisboa, onde se dedicou ao magistério no ensino secundário com assinalável êxito. Era viúvo, cultivando poucas relações fora dos seus afazeres fora dos seus afazeres profissionais. Militante de uma sociedade secreta anarquista ligada aos republicanos, nunca se soube quem planeou e contribuiu para o atentado no Terreiro do Paço, em Lisboa, que vitimou D. Carlos e o príncipe herdeiro, D. Luís Filipe, e consumado por Manuel Buiça (que matou o príncipe) e Afonso Costa, que de imediato foram abatidos. Foi no dia 02 de Fevereiro de 1950 que morreu na Cadeia Penitenciária de Lisboa, Militão Bessa Ribeiro. Tinha nascido em Murça no dia 13 de Agosto de 1896. Aos 13 anos de idade emigrou para o Brasil, onde foi militante do Partido Comunista Brasileiro, facto que o levou à expulsão do país. Em Portugal militou no Partido Comunista, sendo membro do Comité Central em 1940, destacando-se na luta anti-facista. Foi preso pela primeira vez em Julho de 1934 e deportado para Angra do Heroísmo, seguindo-se o Campo do Tarrafal, até Novembro de 1945. Em Março de 1949 é novamente preso, com Álvaro Cunhal e Sofia Ferreira, na Penitenciária de Lisboa, onde acaba por morrer, consequência dos maus tratos sofridos. Antes da sua morte escreve uma carta, endereçada ao Partido, escrita com o seu próprio sangue, onde diz: “Que a minha morte traga novos combatentes à luta. Viva o Partido Comunista!” Foi no dia 03 de Fevereiro de 1677 que morreu Sancho Manuel de Vilhena, 1º. Conde de Vila Flor, desde 1659. Tinha nascido cerca do ano de 1610. Militar de carreira, serviu em Itália, Malta e Flandres e lutou contra os Holandeses no Brasil (1638-1640). Após a Restauração, com o posto de meste-de-campo-general, tomou parte na defesa da fronteira das Beiras. Era governador da praça de Elvas quando, em Outubro de 1658, teve de enfrentar o cerco de D. Luís de Haro. Com, o depois marquês de Marialva, que acorrera em seu auxílio, alcançou a vitória das Linhas de Elvas, em 14 de Janeiro de 1659. Aquando a invasão do Alentejo, em 1663, alcançou a vitória do Ameixial, em 08 de Junho de 1663, uma das mais importantes da Restauração. Cumulado de honrarias de honrarias, tornou-se membro da corte e do Conselho de Guerra. Governador da Relação e Casa do Porto, foi nomeado vice-rei do Brasil, mas faleceu antes de tomar posse. Neste dia do ano de 1895, nasceu em Samões, Vila Flor; António Trigo de Morais. Em 1918 concluiu o curso de Engenharia Civil no Instituto Superior Técnico, no qual ficou a ensinar. Regeu também as cadeiras de Topografia e de Construções Rurais no Instituto Superior de Agronomia, mas em breve trocou a cátedra pelas realizações do fomento hidragrícola. Desde a sua criação, em 1934, foi presidente da Junta Autónoma da Hidráulica Agrícola e, posteriormente, da Direcção-Geral dos Serviços Hidráulicos. Dedicou-se sobretudo aos problemas de povoamento e fomento de Angola e Moçambique. De 1951 a 1953 exerceu o cargo de subsecretário de Estado do Ultramar. Presidente do Conselho Superior de Fomento Ultramarino, foi o grande obreiro do modelar povoamento das vilas de Cunene (Angola) e do Limpopo (Moçambique). Publicou monografias e estudos sobre temas de hidráulica agrícola. Morreu em Lisboa no dia 15 de Fevereiro de 1966. Foi no dia 09 de Fevereiro de 1785 que nasceu D. José Luís de Sousa Botelho Mourão e Vasconcelos. Foi o 1º conde (título moderno) de Vila Real, desde 03 de Julho de 1823, por iniciativa do rei D. João VI. Ministro, diplomata, par do Reino, conselheiro de Estado, senhor dos morgados de Mateus, Cumeeira, Arroios, Sabrosa e Fontelas. Fez os primeiros estudos em Portugal e foi de seguida para a Alemanha, onde se formou em Direito, por vontade do pai. Mas a sua a sua paixão pelas armas levou-o a assentar praça no Regimento de Cavalaria de Alcântara, demitindo-se, porém, quando as tropas de Junot invadiram Portugal. Logo nos primeiros motins apoiou os Franceses com entusiasmo. Foi ajudante do marechal Beresford, em 1809, que muito o apreciava. Seguiu depois a carreira diplomática e foi conselheiro da Embaixada de Portugal em Londres e, mais tarde, ministro plenipotenciário em Madrid até 1820. Defensor dos poderes reais, não agradava aos revolucionários vintistas; retirou-se, por isso, para o seu Solar de Mateus e só voltou à vida pública em 1823, quando os excessos já haviam cessado. Em 1823 foi graduado em brigadeiro e nomeado ministro em Londres, até 1825, para no ano seguinte ser embaixador em Madrid, conseguindo o desarmamento das tropas absolutistas refugiadas em Espanha e a devolução dos cavalos e armas. A infanta D. Isabel Maria nomeou-o para ir a Viena organizar o regresso de D. Miguel a Portugal, em 1828. Em Portugal, este nomeou-o ministro da Guerra e dos Estrangeiros, interinamente, em 26 de Fevereiro de 1828. Mas de novo se ausentou, por desinteligência com D. Miguel, só regressando em 1833, no primeiro ministério de D. Maria II, onde deteve a pasta dos Estrangeiros e da Guerra. Fez parte das guerrilhas que reforçaram a Junta do Porto (1846 e 1847) na campanha da Patuleia. Em 1855 foi nomeado ministro plenipotenciário na Rússia, por pouco tempo, pois ali faleceu. Morreu em Sampeterburgo no dia 26 de Setembro de 1855.
Américo Brito
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