Arquivo: Edição de 18-02-2011
Dos onze detidos só um ficou em prisão preventiva PJ de Vila Real desmantelou alegada rede de tráfico de armas e explosivosUma operação desencadeada, na quinta-feira da semana passada, pela Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real levou à detenção de 11 indivíduos suspeitos de integrarem uma rede de tráfico de armas e explosivos. Os presidentes das juntas de Murçós e Cortiço, ambos construtores civis de profissão, foram dois dos detidos. Da operação resultou a apreensão de 200 quilos de dinamite, três toneladas de detonadores e de milhares de metros de rastilho e cordão detonante e de 13 armas de fogo, entre as quais uma espingarda G3. A investigação já durava há alguns meses e resultou a suspeita de que haveria explosivos e armas que estariam a ser comprados de forma legal por empreiteiros credenciados e que depois iam parar às mãos de agentes da criminalidade e do terrorismo. Os detidos foram apresentados ao Tribunal de Alfândega da Fé no dia seguinte, para primeiro interrogatório judicial. Só um vai aguardar julgamento em prisão preventiva. Ao que foi possível apurar, trata-se de um empresário de Alfândega, de apelido Pinheiro, há muito tempo ligado ao negócio de explosivos. Sobre ele recaía, não só a suspeita de ter sido ele o fornecedor de todo o material apreendido, mas também a de ter sido ele quem vendeu os explosivos que foram utilizados, em 1999, para cometer o homicídio de duas mulheres, em Bragança. Confrontado com a situação, o presidente da Junta de Murçós alega que o material que foi detectado na sua posse (dois ou três quilos de dinamite) lhe sobrara de uma obra e que, por isso, o tinha guardado num armazém na Zona Oficinal de Macedo de Cavaleiros, para ser utilizado quando o precisasse para usar noutra obra. O autarca alega ainda que desconhecia que essa posse, naquelas circunstâncias, seria ilegal. Já o presidente da Junta dos Cortiços diz que só foi envolvido neste caso porque tinha em sua posse duas armas de caça com documentos caducados.
Por: João Branco |
|
||||||