Espectáculo realiza-se amanhã no âmbito da Feira do Fumeiro
“Associação de defesa dos animais contra tourada em Vinhais
Está a gerar polémica a Corrida de Touros prevista para amanhã, em Vinhais, no âmbito da Feira do Fumeiro local. A celeuma foi lançada pela Associação dos Amigos dos Animais de Chaves, que lamenta que uma prática “cruel” que nunca teve “tradição” em Trás-os-Montes e que está a ser “abolida” em todo o mundo esteja a ser promovida na região. A organização do evento defende que se trata de uma questão de “opinião” e lembra que “só vai quem quer”.
A Associação dos Amigos dos Animais de Chaves (AAAC) está a apelar à condenação da corrida de touros que consta do programa da Feira de Vinhais e que deverá realizar-se amanhã às 14h00, na Praça de Touros construída pela autarquia local.
O pedido de adesão à causa está a ser feito por correio electrónico e nas redes sociais. “Podemos não conseguir evitar que se realize esta tourada, mas tentaremos que não se volte a repetir. A união faz a força!”, lê-se no mail de correio electrónico que a AAAC está a fazer circular e que pede para ser reenviado para os endereços electrónicos do presidente da Câmara de Vinhais e do vice-presidente e dos respectivos vereadores. No mail em causa é feita uma descrição pormenorizadas dos tormentos a que os animais das touradas são sujeitos, como o “corte dos chifres a sangue frio” e o cravar das bandarilhas, que “podem ter comprimentos entre os 8 e os 30 centímetros e têm arpões na ponta para se prenderem à carne e aos músculos do touro, rasgando-lhe os tecidos”.
“Tanto nas touradas à portuguesa, sejam corridas de touros ou garraiadas, como nas largadas, (…) os touros e os cavalos são as vítimas de um espectáculo com características extraordinariamente cruéis, que envergonha Portugal por ser um país em que cerca de 3.000 touros e 100 cavalos por ano sofrem indefesos o mal que é a tourada. Se lhes fosse possível, todos fugiriam da arena.”, pode ler-se no mail.
Confrontada com a posição da Associação, a responsável pela organização da Feira, Carla Alves, referiu que este tipo de manifestações são “normais” e remeteu-as para o campo das “opi- niões”. “Quem quiser ir vai, quem não quiser ir não vai”, defende Carla Alves.
De acordo com a mesma responsável, a Praça de Touros foi contribuída essencialmente para a realização de chegas de bois, uma tradição no concelho, que entende que pode contribuir para a preservação da raça mirandesa. Quanto ao espectáculo da corrida de touros, diz que a sua realização se prende com a curiosidade que tem despertado na região sempre que um ou outro concelho, recorrendo a praças amovíveis, têm apostado nesse tipo de iniciativas.
A primeira tourada em Vinhais aconteceu em 2008 e repetiu-se em 2009. A autarquia parece ver no espectáculo mais um motivo de atracção para o concelho. Em 2009, o presidente da Câmara, Américo Pereira, disse, ao Jornal de Notícias, querer fazer de Vinhais “uma terra de touros, de lutas de bois e de touradas”.
Por: Margarida Luzio
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