Arquivo: Edição de 11-02-2011
Brigada da GNR abriu inquérito para apurar responsabilidades Esgotos correm a céu aberto na Abobeleira
A Câmara Municipal de Chaves poderá vir a ser multada por “crime ambiental grave”. Em causa está o sistema de saneamento da aldeia de Abobeleira que há vários anos funciona de forma deficiente. Os esgotos que deveriam desaguar numa fossa estão a correr a céu aberto, inundando os terrenos circundantes. Artur Carvalho, proprietário de terrenos nas imediações, já denunciou a situação vá-rias vezes, alegando prejuízos. Queixa-se que os resíduos se infiltram no poço que tem no terreno e que lhe contaminam a água que usa para dar de beber aos animais. No entanto, passados vários anos da primeira denúncia, a situação mantém-se inalterada. Inconformado, na passada segunda-feira, o morador voltou à carga, denun-ciando mais uma vez o caso à GNR. “Primeiro, [na Câmara] disseram que não sabiam de nada, depois prometeram que ia ser uma obra ‘prioritária’, mas até à data continua tudo na mesma”, diz Artur, revelando que ele não é o único prejudicado. “Anda muita gente por aqui a pé e de bicicleta e depara-se com isto tudo encharcado de esgotos”. A brigada do Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente (SEPNA) que esteve no local recolheu várias fotografias. Ao que foi possível apurar, o mais provável é que o inquérito aberto resulte na elaboração de um auto de contra-ordenação por “crime ambiental grave”, que poderá dar lugar a uma multa de 38.500 euros, no mínimo. Confrontado com o problema, o presidente da Câmara Municipal de Chaves, João Batista, reconheceu a resolução do caso “demorou algum tempo”, mas garantiu que agora está apenas dependente de uma certificação eléctrica. De acordo com o autarca, a obra para a colocação do emissário que transportará aqueles resíduos para a nova Estação de Tratamento de Águas Residuais de Chaves está concluída, faltando apenas a certificação da parte eléctrica da obra para que as bombas elevatórias possam funcionar. Segundo João Batista, o saneamento da Abobeleira terá entre “10 a 15 anos” e ainda funcionava com sistema de fossa e sem tratamento algum. “Mas os tempos evoluíram, os parâmetros são outros e nós temos vindo a substituir esses casos por estações de tratamento compactas”, concluiu o autarca. Por: Margarida Luzio |
