Arquivo: Edição de 28-01-2011
Bragança, 1 – Chaves, 1 Futebol - 2ª Divisão Norte: Derby de fraca qualidade acaba com a divisão de pontos
Olhando somente para a tabela classificativa, este era, à partida, um jogo que não teria grande história e onde os flavienses eram claramente favoritos. Mas quando se trata de derbys nunca existem favoritos. A jogar fora de portas, o Chaves começou praticamente o jogo em vantagem e, logo no primeiro minuto, Álvaro Branco colocou o Chaves a vencer por uma bola a zero. Pensou-se que a “sina” do Bragança voltava a estar traçada. Estranhamente, com o golo, o Chaves esmoreceu e quem aproveitou foi o Bragança, que cresceu no jogo e chegou ao empate ao minuto nove, com um golo de Tiago André. Na primeira metade, os donos da casa dispuseram de mais duas soberanas oportunidades para se adiantarem no marcador, mas a finalização estava em tarde pouco inspirada. Na segunda metade, o Chaves, que tem objectivos bem diferentes na prova, esteve melhor e até se pode queixar de uma grande penalidade que ficou por marcar numa carga dentro da área de rigor sobre o central Ricardo Rocha. No entanto, o Bragança acaba também por ter o mérito de saber defender o resultado, que acaba por ser um balão de oxigénio, depois de uma derrota caseira tão pesada. O Bragança somou um ponto, mas continua na 15ª posição. Quanto ao Chaves, que luta pela subida de Divisão, caiu para a terceira posição. No final da partida, registaram-se alguns incidentes à saída para os balneários. Segundo apuramos, os protagonistas foram Manuel Martins, presidente do Bragança, e Álvaro, defesa esquerdo do Chaves. O jogador garante que o incidente não passou de palavras entre os dois e nega que tenha dado um pontapé a Manuel Martins. “O presidente do Bragança veio atrás de mim pelas escadas que vão para o balneário. Ele vinha para me agredir, mas o meu colega agarrou nele e não se passou nada. Mas tenho a dizer que o banco do Bragança e o próprio presidente, na segunda parte, estiveram sempre a provocar-me. Posso até ter dado um empurrão, mas pontapé, eu não dei. Foram apenas discussões”, garante o jogador. Manuel Martins, o presidente do Bragança, chama “mentiroso” ao jogador e à Rádio RBA garantiu a agressão de que diz ter sido alvo: “Ele que não seja mentiroso. Ele agrediu-me e o nosso banco não mandou bocas. Ele foi o primeiro a dizer-me que íamos direitinhos para a 3ª divisão. É verdade que a seguir eu disse-lhe para se calar, que há três meses que não recebe e que no próximo domingo já não joga”. Manuel Martins confirmou ter ido às cabines do Chaves “para dizer que estava lá para resolver as questões.”. A única pessoa a quem quero pedir desculpas é ao pai dele, de quem sou muito amigo e merecia ter um filho mais educado”, concluiu Manuel Martins. Se a agressão existiu ou não ficou entre os dois, mas o certo é que ninguém se queixou na ficha de jogo. Ainda na jornada 16, o Clube Atlético de Macedo de Cavaleiros continua a somar pontos e com mais uma vitória fora de portas, desta vez no reduto do Fafe, por uma bola a zero, os comandados de Rui Vilarinho subiram ao sexto lugar, com 24 pontos e ganharam outra moral para a recepção ao líder da prova União da Madeira.
Protesto flaviense já seguiu para a Federação Portuguesa de Futebol Bragança terá jogado com 12 jogadores durante 3 minutos Logo no final do jogo, o presidente dos flavienses, Luís Mário Carneiro, confirmou que tinha lavrado na ficha de jogo o protesto, alegando que o Bragança esteve durante três minutos com mais uma unidade em campo. Além disso, a reclamação dos flavienses foi também enviada à Federação Portuguesa de Futebol. Na queixa, alegam erro da equipa de arbitragem liderada por Pedro Ferreira, quando, por alguns momentos, o Bragança esteve com 12 jogadores dentro do terreno de jogo. Tudo aconteceu ao minuto 78´, quando o Bragança realizou duas substituições de uma só vez. Saiu Capelo, para a entrada de Deodato, e entrou Móbil, para o lugar de Valadares, mas este ficou dentro das quatro linhas. Este facto considera-se pelas leis de jogo um erro grave da equipa de arbitragem por não cumprimento da lei 3, que diz que nenhum jogo pode decorrer com uma equipa com menos de sete jogadores, nem com mais de 11 em campo. O protesto interposto pelos flavienses não dá direito a perda de pontos por parte de nenhuma equipa, mas pode ditar que o jogo tenha de se repetir. Para confirmar que o protesto tem sentido, os responsáveis do Desportivo de Chaves juntaram os recortes dos jornais e as imagens que atestam o facto. Por: Paulo Silva Reis |