Arquivo: Edição de 21-01-2011
Candidato do PSD mobilizou mais gente Cavaco e Alegre com recepções diferentes por terras flavienses
Trás-os-Montes é por tradição um concelho social-democrata. Nas últimas eleições presidenciais, no distrito de Vila Real, Cavaco Silva ganhou com mais de 64 por cento dos votos em relação ao segundo candidato mais votado, Manuel Alegre, então candidato independente. Em Bragança, os resultados foram ainda mais expressivos. O candidato apoiado pelo PSD e pelo CDS/PP venceu com 67 por cento da votação, contra os 15 por cento obtidos por Alegre. Em Chaves, essa distância de votos foi evidente na recepção aos candidatos. Na quinta-feira da semana passada, Cavaco Silva foi recebido por centenas de pessoas, que se acotovelavam e empurravam para cumprimentar o candidato. “Nem o deixam o respirar!”, comentava uma apoiante que não conseguia irromper na multidão, que se juntou no Largo do Anjo. A arruada seguiu depois pela Rua 1º de Dezembro e pela Rua Direita, com Cavaco, ladeado pelo presidente da Câmara de Chaves, João Batista, a estender cumprimentos e a entregar panfletos de propaganda aos muitos apoiantes que aglomeravam pela artéria. O cortejo terminou em frente ao café Sport, onde Cavaco Silva subiu para o tejadilho de um carro e, lá do alto, se despediu da multidão que gritava o seu nome e agitava bandeiras. Antes da arruada, já tivera lugar um almoço-comício, que decorreu no Aquae Flaviae, e onde Cavaco Silva reafirmou a convicção de ser eleito à primeira volta. Durante o discurso, o candidato disse ainda que “Chaves tem vindo a afirmar-se como um pólo de desenvolvimento regional” e que os autarcas locais se têm assumido “cada vez mais como agentes de desenvolvimento económico”.
Em Chaves, a visita de Alegre também começou no Largo do Anjo. Mas, ao contrário do seu mais directo adversário, eram muito poucos os que o aguardavam. “Seja bem-vindo!”, disse a deputada à Assembleia da República e presidente da comissão política concelhia do PS, Paula Barros, que, juntamente com Alexandre Chaves e Júlio Montalvão, caminhou ao lado do candidato. Primeiro, na rua Direita e, depois, na Rua da Santo António, Alegre distribuiu cumprimentos aos comerciantes. No Largo General Silveira, a paragem foi mais demorada. O candidato entrou no café Aurora, onde, explicou depois, em 1964, comeu a última refeição antes de atravessar a fronteira para um período de exílio político. Foi ajudado por Júlio Montalvão Machado, membro fundador do PS. Em declarações aos jornalistas, apelou a uma “reflexão” sobre a regionalização. “As desigualdades territoriais provocam desigualdades sociais. Tem que se reflectir”, disse Alegre, que terminou a campanha em terras transmontanas em Vila Real.
Apoiante de Cavaco ficou sem a carteira Não será tão cedo que Domingos Pires vai esquecer a vinda do seu candidato a Chaves. Na confusão que se instalou no Largo do Anjo, na recepção a Cavaco Silva, Domingos ficou sem a carteira. Tinha-a no bolso das calças e, por isso, acredita que lhe foi roubada durante a confusão. Domingos ainda chegou a acreditar, por instantes, que a carteira tinha sido encontrada. E foi. Mas não a sua. Cavaco ainda a segurou na mão e leu o nome inscrito no cartão de crédito. Infelizmente, não era o nome de Domingos. “Não, a minha não a perdi, não! Alguém ma tirou”, dizia Domingos, revelando que, além dos documentos, trazia na carteira cerca de 300 euros.
Por: Margarida Luzio |
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