Imprimido em 16-06-2011 06:21:22
Semanário Transmontano
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SECÇÃO: Desporto
Futebol de Formação
Geração Benfica viveu um dia especial na Luz
Unidos pelas cores do clube que (quase) todos apoiam, dezenas de jovens atletas, oriundos de Chaves e mais três cidades do norte de Portugal, levaram entusiasmo-extra aos relvados e bancadas do Estádio da Luz. A viagem fez parte de mais uma iniciativa do projecto Escolas de Futebol Geração Benfica.
Tal como em muitos outros fins-de-semana, no último sábado, um pavilhão do Sport Lisboa e Benfica recebeu mais um jogo de futsal da formação lisboeta, que se orgulha em ostentar o epíteto de campeã europeia da modalidade. Em simultâneo, as bancadas de um relvado secundário do Estádio da Luz estavam surpreendentemente cheias, recebendo dezenas de famílias que, ao início da tarde, haviam chegado a Lisboa em autocarros provenientes de Chaves, Santo Tirso, Trofa e Vila Nova de Famalicão.
“Está mais frio aqui em Lisboa do que, de manhã, estava em Chaves”, exclamava José Lima, sportinguista de 47 anos. Agasalhado com um casaco, escondia um cachecol do Benfica, que a esposa Céu, seis anos mais nova, acabaria por denunciar, enquanto procurava o seu filho por entre um relvado com as dimensões profissionais, mas dividido em cinco terrenos de jogo. Com idades compreendidas entre os três e os 15 anos, mais de meia centena de jovens, nem todos do sexo masculino, estavam rigorosamente equipados de vermelho e branco, também as cores das Escolas de Futebol Geração Benfica.
Para a maior parte dos mais novos tratava-se da primeira visita ao ninho da águia, inaugurado no final de 2003, até porque nem para estes a preferência clubista era unânime, tal como revelava Jacinto Leite, de 42 anos: “Tanto eu como o meu filho [Bruno, 13 anos] somos portistas, mas, como há um ano dispensaram-no do Trofense, acabou por ir para a escola do Benfica”.
Ainda no exterior do principal recinto de jogo, o humorista Ricardo Araújo Pereira, que acabaria por abrandar o passo apressado perante tamanha e tão entusiasta jovem multidão, ver-lhe-ia indicada, por um jovem atleta mais atrevido, uma possível forma de pôr a sua elevada estatura ao serviço do Benfica: “Que bicho! Tu eras bom para jogar basquete!”. O elemento dos Gato Fedorento respondeu bem-disposto, com uma alusão optimista relativamente ao jogo da equipa profissional que se aproximava: “Logo vamos ganhar”.
O princípio da noite abriu as portas do Estádio da Luz, a tão desejada prenda que trouxe diferentes sortes. Antes das equipas principais dos locais e do visitante Nacional da Madeira entrarem em acção, cerca de três dezenas dos mais jovens atletas mais graúdos, divididos em parcelas iguais por cada uma das quatro escolas, tiveram oportunidade de fazer um mini-jogo de futebol. Doze dos mais pequenos tiveram oportunidade de entrar em campo com os ídolos seniores, poucos minutos após a volta em torno do relvado por parte de toda a jovem comitiva.
Já na bancada, Fábio Silva, Fábio Reis, João Torres, Ruben Reis e Rui Cereja, quinteto com idades compreendidas entre os 11 e os 13 anos, esmiuçavam prognósticos e apontavam os seus jogadores preferidos. Os palpites quantitativos variaram entre as vitórias com um, dois ou três golos de vantagem e sem sofrer golos. Os qualitativos apontam preferências para diversos nomes, de Roberto a Cardozo, de Salvio ao geralmente pouco popular César Peixoto, todos eles pronunciados com entusiasmo. “Estás a esquecer-te do Fábio Coentrão”, alertava Ruben ao primo Fábio, que por pouco ignorava um nome até então unânime.
O final do jogo ditou um resultado, 4-2 a favor do Benfica, que nenhum dos supracitados representantes das escolas de futebol havia apontado e o nome de Fábio Coentrão não apareceria na lista de marcadores dos golos. Pormenores irrelevantes no final de um dia em que centenas de jovens sentiram mais de perto o que é fazer parte não só de uma geração, mas de toda a família benfiquista.
Luís Carlos Soares
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