Imprimido em 16-06-2011 06:04:33
Semanário Transmontano
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SECÇÃO: Macedo de Cavaleiros
O projecto vai agora estender-se aos outros cinco concelhos do distrito
Sete concelhos com todo o património sacro inventariado
No total, foram inventariadas 1.275 peças |
A primeira fase do Inventário Histórico e Artístico da diocese de Bragança e Miranda, levado a cabo pela Associação de Defesa do Património Arqueológico de Macedo de Cavaleiros “Terras Quentes”, já terminou e resultou na inventariação de mais de 11 mil peças. Agora, o trabalho vai estender-se a mais cinco concelhos.
Nesta primeira fase foi inventariado todo o património sacro dos concelhos de Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Freixo de Espada á Cinta, Macedo de Cavaleiros, Torre de Moncorvo, Vila Flor e Vimioso. Bragança, Miranda do Douro, Mirandela, Mogadouro e Vinhais aguardam por idêntica intervenção, na fase seguinte. Além destas autarquias, que aderiram ao projecto, integram também esta parceria a Universidade de Lisboa e a Polícia Judiciária (PJ). A Associação “Terras Quentes”, que promove o projecto, justifica a iniciativa com o facto de “o património artístico em causa, além de ser desconhecido da população, em geral, o ser também da comunidade científica”. Daí o interesse em o catalogar para que, depois de o tornar conhecido, seja possível protegê-lo e “salvaguardar todo o seu conjunto”. “A avaliação do estado de conservação destas obras de arte, as patologias apresentadas e os cuidados que requerem “ é encarada pelos promotores do projecto como “factor de enorme importância para a administração dos bens”.
Desde 2004, data em que a Associação “Terras Quentes” iniciou este trabalho, já foram inventariadas 11.275 peças de arte sacra com valor histórico, artístico e religioso na diocese de Bragança e Miranda. Do conjunto total catalogado, o arqueólogo Carlos Mendes, responsável pelo projecto, destaca peças de “muita qualidade”, muitas das quais constituem património muito variado que remonta a várias épocas, “desde a Idade Média, ao gótico, ao Renascimento, ao barroco, etc”. Recorda-se que foi através deste trabalho de inventariação que foi identificada num antiquário de Lisboa uma imagem que fazia parte de um conjunto de cinco, alusivo à paixão e morte de Cristo, desaparecida, há muitos anos, da igreja de S. Pedro de Macedo de Cavaleiros. Após algumas diligências encetadas pelo técnico que a identificou, a imagem foi adquirida por dezenas de milhar de euros pela Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, que a devolveu à paróquia, para ser recolocada no local de origem.
Além da inventariação, a Associação “Terras Quentes” incluiu na mesma candidatura outra acção que Carlos Mendes definiu como “rota dos frescos”. Esta última iniciativa prende-se com o que a associação tem vindo a descobrir com a realização da inventariação do património religioso, nomeadamente de núcleos de pintura mural, descobertos em Macedo de Cavaleiros e Alfândega da Fé. O arqueólogo considera que tais achados são “um património raríssimo e extremamente importante” e, por isso, decidiu inclui-los na mesma candidatura. O objectivo foi proceder ao restauro desses frescos “para depois os colocar à disposição do turista”.
Comparticipação do Estado atrasada
O projecto de inventariação da Associação de Defesa do Património Arqueológico de Macedo de Cavaleiros “Terras Quentes” foi comparticipado a 55 por cento pelo Quadro de Referência Estratégica Nacional, ao contrário dos outros a nível nacional que foram comparticipados a 75 por cento. No entanto, não é da baixa comparticipação que o arqueólogo Carlos Mendes, responsável pelo projecto, se queixa. O técnico lamenta antes a baixa execução do montante atribuído. De acordo com o arqueólogo, dos 560 mil euros propostos só receberam 18 mil, ou seja, seis por cento da comparticipação prevista.
Por: João Branco
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