Semanário Transmontano

Imprimido em 27-06-2011 06:03:56
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SECÇÃO: Desporto

Capitães do Chaves também alertaram para a gravidade da situação
Antigo jogador pede insolvência do Desportivo

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Depois do empate com o Pontassolense, que praticamente acabou com a aspiração de subida do Chaves, e dos capitães da equipa terem ido à sala de imprensa “alertar” os flavienses para os problemas que o clube atravessa, quarta-feira estourou outra “bomba” no seio do Desportivo de Chaves. Um antigo jogador, Sérgio Jorge, entregou no Tribunal um pedido de insolvência do Clube. A reunião magna da próxima terça-feira, onde Mário Carneiro deverá abandonar a gestão do Chaves, reveste-se cada vez mais de vital importância para que se encontre uma solução para o Desportivo, que, caso contrário, corre risco de fechar portas.
Já não é mera especulação. O Grupo Desportivo de Chaves corre mesmo sérios riscos de ter de fechar as portas. Sérgio Jorge, um antigo jogador que, a título de empréstimo pelo Vitória de Setúbal, veio para o Chaves na época 2002/2003, numa altura em que o clube era presidido por Castanheira Gonçalves e o técnico era Rogério Gonçalves, requereu a insolvência do clube. A acção, que até já deu entrada em tribunal, resulta do não cumprimento, por parte do Desportivo de Chaves, do pagamento ao jogador de uma verba de 180 mil euros, que foi condenado a pagar.
Recorde-se, a título de curiosidade, que o jogador, avançado que jogava preferencialmente do lado direito, tinha um problema de cartilagem de joelho, que foi agravado durante um jogo pelo Chaves. O atleta regressou a Setúbal para ser tratado, mas nunca mais pôde jogar futebol.
O processo entre o clube e a seguradora também se arrastou e o Chaves, depois de condenado, comprometeu-se em pagar de forma doseada a dívida que tinha para com o atleta. Mas, até agora, nunca cumpriu, e Sérgio Jorge avançou com o pedido de insolvência.

Actual plantel também vive com dificuldades

Antes deste incidente, já os três capitães do conjunto flaviense, Ricardo Rocha, Bruno Magalhães e Eduardo, tinham alertado para as graves dificuldades vividas no Clube.
“Não queremos que esta atitude sirva de desculpa para nada”, começou por dizer, no final do jogo de domingo, o capitão Ricardo Rocha, que fez mesmo questão de referir que “é impossível jogar futebol num campo nestas condições”. “É bom que os associados deste clube saibam que já não é nele que treinamos há muito tempo, para o podermos poupar”, revelou o jogador.
O plantel está a treinar em espaços reduzidos, como os topos do campo, ou no sintético de Vidago, uma vez que o campo de treinos também não está nas melhores condições e também tem de ser poupado, pois as equipas de formação também necessitam dele para realizarem os seus jogos. A deslocação para o campo do Vidago, tal como os capitães confirmaram, muitas das vezes, é feita nos carros dos jogadores.
Mas a falta de condições não é o único problema que está a afectar o grupo.
“Outubro foi o último mês que recebemos. Não é desculpa, mas temos jogadores que vêm para o treino e não têm dinheiro para o pequeno-almoço. As pessoas e as famílias não vivem de ar e vento!”, afirmou o jogador, apelando: “Era bom que as pessoas se unam em prol do Desportivo de Chaves e na Assembleia-geral do próximo dia 18 tentem resolver os problemas do clube”.
Apesar das críticas, o capitão, sempre ladeado por Bruno Magalhães e Eduardo, esclareceu que o plantel está grato aos dirigentes pelo esforço que têm feito.
“Este clube tem dificuldades e é necessário que as pessoas se unam e puxem todas para o mesmo lado. Não estamos aqui para criticar ninguém e até queremos agradecer às pessoas que estão no clube pelo esforço desenvolvido, mas esta é a nossa vida e tínhamos de alertar as pessoas para problema que o clube atravessa”.

Por: Paulo Silva Reis

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