Semanário Transmontano

Imprimido em 27-06-2011 05:16:07
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SECÇÃO: Chaves

Denúncia também seguiu para a Inspecção-geral da Administração Local
PS denunciou contas da Junta de Torre de Ervededo ao Ministério Público

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"Contas pouco transparentes", acusam os socialistas
Os elementos do PS na Assembleia de Freguesia de Torre de Ervededo denunciaram ao Ministério Público e à Inspecção-geral da Administração Local (IGAL) o que consideram ser irregularidades praticadas pela Junta, eleita pelo PSD. Em causa está, por exemplo, a alegada “falta de transparência” das contas do ano passado, só aprovadas em finais de Novembro e, onde, na rubrica “outros”, constam, no total, mais de 13 mil euros.
“As contas foram feitas por um revisor de contas, não são de taberneiro”, responde o presidente da Junta, Álvaro Pereira.
Ao contrário do que prevê a Lei (nº169/99 de 18 de Setembro), o relatório e contas da Assembleia de Freguesia (AF) de Torre de Ervededo só aconteceu em finais de Novembro. Os documentos foram apenas votados pelos membros eleitos pelo PSD. Os socialistas, em minoria, não votaram. Segundo alguns elementos, as notificações para a reunião não chegaram com a antecedência estipulada por Lei. Além disso, os socialistas também não se conformam com o facto de nunca ter sido elaborado o regulamento de funcionamento das AF, nomeadamente no sentido de que as reuniões fossem à noite, por forma a não colidirem com os horários de trabalho.
No entanto, estas foram apenas duas das razões evocadas pelos socialistas para denunciar o caso ao Ministério Público e à IGAL.
Na análise que fizeram ao relatório de contas de 2009, que não votaram, os elementos do PS encontraram também “faltas de transparência”. A “mais flagrante”, dizem, prende-se com os valores inscritos na rubrica “outros”, que aparece cinco vezes com verbas “consideráveis”, uma das quais com seis mil euros.
No entanto, no total, as despesas não especificadas e incluídas nesta categoria são superiores a 13 mil euros.
Os socialistas também estranharam os 2.500 euros inscritos na rubrica “animação de Verão”. “Que animação?”, questiona a oposição, garantindo que não se recordam de actividades promovidas durante este período.
Confrontando com a denúncia da oposição em relação ao alegado atraso nas notificações para a reunião, o presidente da Assembleia de Freguesia, Alexandre Pereira, filho do presidente da Junta, considerou tratar-se de “má vontade” dos elementos do PS. “Antes, as notificações eram quase verbais, agora eles pediram para ser por carta-registada, nós mandamos e ainda assim… é má-vontade”, afirma Alexandre Pereira. Quanto ao horário das reuniões, refere que esse é um assunto da sua competência e não da oposição. “São de manhã, mas se fossem à tarde ou à noite, haveria outros a reclamar”, afirma Alexandre Pereira, garantindo que nunca houve nenhum requerimento nesse sentido. Em relação ao atraso na aprovação de contas, justifica que teve a ver com “um problema a nível informático”.
Já quanto às contas, o presidente da Junta, Álvaro Pereira, assegura estarem “bem feitas”. “São contas feitas por um revisor de contas, não são à merceeiro”, afirma.
“Eu respondo-lhe com a obra feita em toda a freguesia. Perderam na mesa de votos e agora andam com estas coisas”. “Outros, outros…não sabem o que é a essa rubrica? É quando se esgotam outras”, afirma o autarca, revelando que algum desse dinheiro diz respeito a jeiras. Quanto à rubrica “animação de Verão”, Álvaro Pereira mostrou-se baralhado. “Só pode ter a ver com a festa dos idosos e com o lanche que foi servido e onde, além dos idosos, comeram também outras pessoas que participaram na festa, como a Banda da Torre”, concluiu.

Por: Margarida Luzio

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